Edição de 18 de Fevereiro de 2022

Na semana que passou, decorreu a Cimeira União Europeia e União Africana em Bruxelas, que contou com a presença de mais de 40 líderes dos dois continentes, e, quem foi desta vez ‘ao passeio’em representação de Angola foi o vice-Presidente da República, Bornito de Sousa (o que esperemos que tenha tornado a viagem bem mais barata para os cofres públicos do que se fosse o chefe com toda a ‘entourage’ que tende a segui-lo aonde vai). Os fóruns deste tipo têm utilidade na medida em que reúnem decisores de vários países dos dois continentes e que têm o potencial de criar sinergias e projectos capazes de transformar as vidas de milhões de pessoas, a decisão quanto à produção de vacinas contra a covid-19 em países africanos é um exemplo. No entanto, tornam-se ‘passeios’ sem grandes consequências, à medida que os resultados práticos, em termos de reduções efectivas das assimetrias na qualidade de vida dos do hemisfério norte em relação aos do hemisfério sul, permanecem teimosamente imutáveis. Há séculos que África se mantém na cauda do desenvolvimento mundial apesar de todas as riquezas do subsolo e simultaneamente apesar de ser o receptáculo de vários tipos de solidariedade e de ‘ajudas’ há décadas. Errar é humano, mas insistir no erro já é dificuldade de aprendizagem… Pergunto-me, quando é que as nossas lideranças vão perceber que a solução provavelmente não pode vir de fora… É que, enquanto insistem no erro, África mantém-se na cauda do desenvolvimento de tal maneira que milhões de africanos continuam a arriscar a vida e milhares a morrer todos os anos no mediterrâneo ao tentar fugir do continente berço, rumo a uma Europa prometida…

PARTICIPANTES

Relacionados