Edição de 1 de Abril de 2022
 

Seja bem-vindo, querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende. Depois de uma semana em que a actualidade internacional foi marcada pela chapada que Will Smith pregou no comediante Chris Brown, que fez uma gracinha com a condição de saúde da mulher que leva à perda de cabelo, a alopecia. Este momento em que, para vergonha partilhada, se comprovou a tendência barraqueira da raça, obliterou os próprios Óscares, com muita pena, obliterou o Óscar recebido depois de mais de 150 filmes (com rendas acima doa 27 mil milhões de USD) pelo gigante Samuel Jackson pelas mãos do gigante Denzel Washington, a chapada obliterou tudo o resto e até destronou a Ucrânia do topo das conversas nas redes mundiais. O gesto idealizado provavelmente como de romântica bravura acabou se confundido com o contrário porque é difícil não questionar “e se a piada tivesse vindo de uma boca mais intimidante do que a de Rock, Will Smith se levantado da cadeira com tanta vontade? A famosa chapada tem também semelhanças com a intervenção russa para alem do timing. Só a chapada para tirar da agenda mediática o presidente russo Vladimir Putin, que Joe Biden chegou na semana antepassada ao cúmulo de dizer que não pode continuar no poder na Rússia (o presidente americano a querer decidir quem é o líder russo quase como o nosso PR quis decidir quem era o líder da oposição). A semelhança à chapada ocorre no sentido em que ambas deixam um inequívoco mau estar, um desconforto típico fruto de assistir um mais forte agredir, esmagar publicamente, um mais fraco. Um desconforto que não desaparece ainda que o mais fraco se tenha assanhado, e que o mais forte tenha motivo válido para o ‘chapar’, é sempre um mais forte a esmagar um mais fraco, sempre uma dose de cobardia ainda que disfarçada por uma capa qualquer de justiça ou direito.

PARTICIPANTES
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