Edição 17 de Junho 2022
 

ANGOLA QUER FAZER DESCER A INFLAÇÃO PARA UM DÍGITO ATÉ 2024

BCE DÁ TIRO DE PARTIDA PARA SUBIDAS CONSECUTIVAS DE JUROS

RESERVA FEDERAL AUMENTA JUROS EM 75 PONTOS BASE, A MAIOR SUBIDA DESDE 1994

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ANGOLA QUER FAZER DESCER A INFLAÇÃO PARA UM DÍGITO ATÉ 2024

O objectivo foi assumido pelo governador do Banco Nacional de Angola, José de Lima Massano, numa conferência organizada pela CCIPA.

MERCADO /

LUANDA /

09 JUN 2022 

O governador do Banco Nacional de Angola (BNA) disse, ontem, numa intervenção na conferência em Carcavelos, que o principal objectivo da política monetária da instituição é garantir que a inflação desça para um dígito até 2024, de acordo com o Jornal de Negócios.

“Estamos a migrar para um regime de metas de inflação, temos assistido a uma queda da inflação em Angola, e os dados de Abril sobre a evolução dos preços em Luanda mostram o valor mais baixo desde Julho de 2015”, disse José de Lima Massano na intervenção que fez esta manhã no seminário ‘Novo Ciclo da Economia Angola’, na Universidade Nova, em Carcavelos, organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Portugal Angola (CCIPA).

“O objectivo é um dígito de inflação, esta semana o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga os valores de Maio, e a perspectiva é uma queda ainda mais acentuada do que em Abril, e prevemos que a inflação termine o ano nos 18%, e temos o objectivo de que seja um crescimento a um dígito em 2024”, acrescentou o governador do banco central.

A moeda nacional, o kwanza, tem registado uma apreciação nos últimos meses, valendo agora 430 kwanzas por dólar, no seguimento dos elevados preços dos combustíveis, o que ajuda a aliviar a subida da inflação no País, que é muito dependente das importações.

José de Lima Massano disse que o kwanza valorizou 30% face ao dólar desde o início do ano, e vincou que já no ano passado a moeda se tinha apreciado 18% face ao dólar, recuperando das fortes quedas que tinha registado desde 2017.

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BCE DÁ TIRO DE PARTIDA PARA SUBIDAS CONSECUTIVAS DE JUROS

ECONEWS

*Significado de juro; Juros são, o valor do dinheiro no tempo. Ou seja, funcionam como se fossem o aluguer de dinheiro. Os bancos e outras instituições financeiras fazem a intermediação entre quem tem dinheiro (poupador ou investidor) e quem precisa de dinheiro (tomador ou devedor).

A taxa é uma compensação paga por quem pede o empréstimo para ter o direito de usar o dinheiro até o dia do pagamento. O credor, por outro lado, recebe uma compensação por não poder usar esse dinheiro até o dia do pagamento e por correr o risco de não receber o dinheiro de volta (risco de inadimplência).

Ciclo de subida de juros do BCE vai começar em Julho e taxa dos depósitos sai de terreno negativo em Setembro.

Lagarde vai dar pistas sobre o ritmo de agravamento e o que é expectável depois do Verão.

A escalada da inflação a nível global levou os bancos centrais em todo o mundo ao aperto de política monetária mais abrangente desde 2000. Contas do Financial Times mostram que 55 bancos centrais subiram os juros ao longo dos últimos três meses. Muitos já estão a acelerar o ritmo, mas ainda não é esta quinta-feira que o Banco Central Europeu (BCE) vai integrar este grupo. Contudo, falta pouco para a primeira subida de juros na Zona Euro em 11 anos.

É dado como certo que o Conselho do BCE vai hoje pré-sinalizar uma subida da taxa dos depósitos, actualmente em -0,5%, na próxima reunião agendada para 21 de Julho. A outra decisão muito provável, esta quinta-feira em Amesterdão, passa pelo anúncio do fim do programa de compra de activos (APP) nos primeiros dias do próximo mês. Um marco no fim

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RESERVA FEDERAL AUMENTA JUROS EM 75 PONTOS BASE, A MAIOR SUBIDA DESDE 1994

André Veríssimo

15 Junho 2022

ECONEWS

O banco central dos EUA elevou as taxas de juro em 75 pontos base, colocando-as no intervalo entre 1,5% e 1,75%. Próxima reunião poderá trazer um novo aumento da mesma dimensão, admite Powell.

Ocomité de política monetária da Reserva Federal anunciou hoje um aumento de 75 pontos base na taxa de referência, o que não acontecia desde 1994, colocando-a no intervalo entre 1,5% e 1,75%. Jerome Powell espera uma subida entre 50 e 75 pontos base na próxima reunião.

A inflação permanece elevada, refletindo desequilíbrios na oferta e procura relacionados com a pandemia, preços mais elevados de energia e pressões mais amplas sobre os preços”, assinala o comunicado divulgado pela Reserva Federal.

“A invasão e os acontecimentos relacionados estão a criar uma pressão adicional sobre a inflação e estão a pesar sobre a atividade económica global. Além disso, os bloqueios relacionados com a covid-19 na China deverão exacerbar os constrangimentos na cadeia de abastecimento. O comité está muito atento aos riscos inflacionários”, acrescenta a instituição liderada por Jerome Powell.

Na reunião de política monetária anterior a Reserva Federal tinha realizado a primeira subida de 50 pontos em mais de duas décadas, colocando a taxa de referência no intervalo entre 0,75% e 1%.

As previsões para a economia foram revistas em baixa, com a Fed a apontar agora para um crescimento de 1,7% este ano, mantendo-se abaixo de 2% até 2024. A taxa de desemprego deverá subir para 3,7% no final do ano e 4,1% em 2024.

O banco central dos EUA atualizou também as previsões para a inflação e as projeções para o rumo futuro da taxa diretora. A Fed antecipa agora que o índice de preços esteja acima dos 5% no final do ano e os juros de referência deverão atingir um pico de 3,8% em 2023, descendo em seguida. A inflação deverá depois aliviar para 2,6% no final do próximo ano e para 2,2% em 2024.

A taxa de inflação homóloga atingiu os 8,6% em maio, um novo máximo em quatro décadas, num sinal de que o pico na subida do nível de preços poderá ainda não ter sido atingido. O número foi divulgado na sexta-feira e provocou fortes perdas nas ações já esta semana, como o S&P500 a perder perto de 7% e a entrar num ciclo de perdas (bear market). As taxas implícitas das obrigações também dispararam.

Além da subida do índice de preços no mês passado, também as expectativas dos consumidores sobre a inflação futura (no prazo de cinco a 10 anos) galgaram para o valor mais elevado desde 2008, ano em que o petróleo atingiu uma cotação recorde.

Próxima reunião pode trazer nova subida de 75 pontos base

Na conferência de imprensa após a reunião do comité de política monetária, o presidente da Reserva Federal afirmou que “novos aumentos nas taxas serão apropriados” e que o banco central continuará a “reduzir de forma agressiva o balanço”.

Embora tenha dito que o aumento de 75 pontos base decidido hoje é “invulgarmente elevado” e não seja esperado que “mexidas desta dimensão sejam comuns”, Jerome Powell afirmou que tendo em conta a perspetiva atual, “o mais provável na próxima reunião é um aumento de 50 ou 75 pontos base”. “Tomaremos a decisão reunião a reunião e tentaremos tornar o nosso pensamento o mais claro possível”, acrescentou, repetindo que a Fed terá de ser “ágil na resposta”.

Acho que podemos conseguir uma aterragem suave [da economia], mas os acontecimentos aumentaram o grau de dificuldade. As flutuações nos preços das matérias-primas podem tirar essa possibilidade das nossas mãos.

Jerome Powell

Presidente da Reserva Federal

O responsável pelo banco central garantiu que a Fed não está a tentar provocar uma recessão e considerou que “a economia americana é muito forte e está em condições de enfrentar uma política monetária mais restritiva”. Ainda assim, gostava de “ver a procura a moderar”. Por ora, não está a existir uma espiral de subida nos salários.

Jerome Powel reconheceu, no entanto, que a tarefa de baixa a inflação para 2%, mantendo a robustez no mercado de trabalho não será fácil. “Acho que podemos conseguir uma aterragem suave [da economia], mas os acontecimentos aumentaram o grau de dificuldade. As flutuações nos preços das matérias-primas podem tirar essa possibilidade das nossas mãos. O contexto é de elevada incerteza”, afirmou.

“Não queremos tirar o emprego às pessoas, mas não podemos ter o mercado de trabalho que queremos sem estabilidade de preços”, sublinhou.

“Vamos reagir aos dados de forma apropriada. Em breve veremos progressos na [descida] da inflação. Não vamos declarar vitória até termos provas convincentes de que está a baixar“, garantiu o presidente da Fed.

Os principais índices acionistas dos EUA moderaram os ganhos após o anúncio da decisão, mas voltaram a subir após a conferência de imprensa. O S&P500 seguia há pouco a ganhar 1,4%, o Dow Jones perto de 1% e o Nasdaq 2,5%. Já os juros das obrigações com maturidade a 10 anos recuavam 13 pontos base para os 3,346%.

Data de Emissão: 17-06-2022 às 00:00
Género(s): Economia
 

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