Edição 10 de Junho 2022
 

1-TAXADEJURO BNA DEVE CAIR ESTE ANOPARA 19%

 

 

2-“NÃO HAVERÁ MAIS DINHEIRO PÚBLICO PARA O BANCO ECONÓMICO”, AFIRMA JOSÉ DE LIMA MASSANO

 

3-CAFÉ CIPRA ABORDA ELECTRIFICAÇÃOE O IMPACTO NA ATRACÇÃODE INVESTIMENTO

 

4- OCDE CORTA PREVISÕES DO CRESCIMENTO MUMDIAL

 

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DESENVOLVIMENTO

1-TAXADEJURO BNA DEVE CAIR ESTE ANOPARA 19%

 

Não há dinheiro gratuito. Se pedir dinheiro emprestado, quem o empresta irá pedir-lhe de volta um pouco mais do que o que lhe emprestou. O pouco mais é a taxa de juro, calculada como uma percentagem do montante original.

Da mesma forma, se entregar o seu dinheiro a um prestador de serviços de poupança ou investimento, também pode esperar receber de volta uma taxa de juro.

 

A consultora Oxford Economics considerou esta segunda-feira que o Banco Nacional de Angola (BNA) deve fugir à tendência geral e cortar a taxa de juro de 20 por cento para 19%, prevendo uma descida da inflação para 14,9 por cento, em Dezembro.

“Em forte contraste com o resto do mundo, esperamos que o banco central angolano vá cortar a taxa de juro directora em 2022, já que a inflação continua a abrandar face aos actuais níveis elevados”, lê-se num comentário à decisão do BNA de manter a taxa de juro nos 20 por cento, na última reunião do Comité de Política Monetária, realizada na cidade do Lubango, província da Huíla.

De acordo com o comentário enviado aos investidores e a que a Lusa teve acesso, estes analistas consideram que “a taxa de juro será cortada em 100 pontos base para 19 por cento, no segundo semestre, para manter as taxas reais ligeiramente positivas, como é recomendado pelo Fundo Monetário Internacional”.

A moeda angolana, o Kwanza, tem registado uma apreciação nas últimas semanas e meses, valendo agora 430 kwanzas por dólar, no seguimento dos elevados preços dos combustíveis, o que ajuda a aliviar a subida da inflação no país, que é muito dependente das importações.

“O recente abrandamento no crescimento dos agregados monetários e creditícios deverá sustentar, ainda mais, uma moderação na inflação”, sublinham os analistas, lembrando as reduções nas taxas de IVA em produtos básicos como ovos, pão, água mineral e sabão, entre outros, e a suspensão das taxas alfandegárias para vários produtos alimentares de primeira necessidade, como factores de sustentação.

A previsão da Oxford Economics surge depois de o BNA ter considerado que a taxa de câmbio do Kwanza atingiu o ponto de equilíbrio e de ter dito que não antevia mudanças na política monetária.

Falando em conferência de imprensa, na Huíla, após a reunião do Comité de Política Monetária, aos 31 de Maio, o governador do BNA incentivou também os operadores económicos, sobretudo os que dependem de importações, a optar pelos câmbios a prazo.

José de Lima Massano disse que o Kwanza valorizou 36 por cento até Abril face ao dólar, desde o início do ano, e apesar de ter registado em Maio “uma certa pressão”, nada aponta para uma variação excessiva da moeda angolana no sentido da depreciação.

Também, a oferta de moeda não abrandou, já que em Maio foi superior a mil milhões de dólares, continuou, admitindo que possa ter havido “um momento de acerto”, sendo provável que a estabilidade seja mantida. “Aliás, nos últimos dias, a taxa de câmbio praticamente não se mexeu, teremos aí um indicador do que de positivo estará a acontecer”, sublinhou.

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“NÃO HAVERÁ MAIS DINHEIRO PÚBLICO PARA O BANCO ECONÓMICO”, AFIRMA JOSÉ DE LIMA MASSANO

 

O governador do Banco Nacional de Angola, José de Lima Massano, disse esta quarta-feira que não haverá nenhuma injecção de capitais públicos no Banco Económico, assegurando que a reestruturação estará pronta ainda este ano.

 

“Queremos, até final deste ano, que as medidas mais impactantes sejam concluídas, esperamos ver isso acontecer até final do ano”, disse José de Lima Massano, governador do Banco Nacional de Angola (BNA), à margem de um seminário em Carcavelos, nos arredores de Lisboa, em Portugal.

Segundo José de Lima Massado, não haverá esforço adicional de fundos públicos para que o banco possa continuar a sua operação, para quem foi a opção que seguida e por isso, com o que está desenhado, “não esperamos que outras perdas relevantes venham a acontecer, o sentido desta operação é proteger os depositantes e, dentro do possível, os investidores”.

Ao dissertar à margem do seminário “Novo Ciclo da Economia Angola”, na Universidade Nova, em Carcavelos, organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Portugal Angola, acrescentou: “Queremos implementar as medidas mais impactantes até final do ano, e depois teremos um período em que o banco vai continuar a fazer as suas correcções, já numa lógica mais estratégica, mas do ponto de vista de equilíbrio das suas contas e adequação dos capitais, [o processo de reestruturação] tem de ficar pronto até final do ano”.

 

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CAFÉ CIPRA ABORDA ELECTRIFICAÇÃO E O IMPACTO NA ATRACÇÃO DE INVESTIMENTO

 

A sexta edição do CaféCIPRA analisa esta terça-feira, 7, em Luanda, “A electrificação do país e o seu impacto na atracção de investimentos” às 15 horas, no Centro de Imprensa da Presidência da República (CIPRA), soube o Jornal de Angola.

 

Para esta edição, serão os facilitadores o ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, presidente do Conselho de Administração (PCA) da Rede Nacional de Transportes de Electricidade (RNT), Rui Gourgel, PCA da Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE), Hélder Adão, e o PCA da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportação, António Henriques da Silva.

O subsector de electricidade foi dos que maior crescimento registou nos últimos cinco anos, quer na qualidade do serviço, quer na quantidade de investimentos. Desde 2017, registou um incremento de 44,5 por cento, ao atingir uma potência de 5,9 giga watts.

O desempenho deste indicador decorre da entrada em funcionamento da sexta unidade geradora de Laúca, da Central do Ciclo Combinado do Soyo, da instalação de novas Centrais Térmicas no Luena, Saurimo, Cuito e Lubango, bem como da instalação e entrada em serviço de Novas Centrais Híbridas, localizadas nas províncias de Cabinda, Benguela, Huambo, Namibe, Cunene e Uíge.

Para o combate às assimetrias regionais, foi concluída a interligação entre os sistemas norte e centro, com a integração no sistema eléctrico nacional das províncias de Benguela, Bié e Huambo.

Em complemento a estes investimentos, foram realizados outros que permitiram a ampliação das ligações domiciliares em várias cidades e vilas do país, e o crescimento do número de beneficiários em mais de 472.000 famílias. Actualmente, o número de ligações é superior a 1.700.000 clientes, contra cerca de 1.200.000 clientes existentes em 2017.

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OCDE CORTA PREVISÕES DO CRESCIMENTO MUMDIAL

 

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) está mais pessimista devido à guerra na Ucrânia e cortou em 1,5 pontos percentuais a perspectiva de crescimento económico mundial para 3% este ano, mantendo-se num nível similar em 2023.

No relatório com as previsões económicas mundiais divulgado, a OCDE prevê uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 3% este ano e 2,8% em 2023.

A organização com sede em Paris justifica que os choques económicos associados à guerra na Ucrânia têm impacto nos mercados globais de ‘commodities’, comércio e finanças.

“Antes da eclosão da guerra, as perspectivas pareciam amplamente favoráveis em 2022-23, com o crescimento e a inflação irão regressar à normalidade à medida que a pandemia de covid-19 e as restrições do lado da oferta diminuírem”, refere no relatório.

A OCDE explica que o corte nas perspectivas reflecte, em parte, as profundas recessões na Rússia e na Ucrânia, mas o crescimento deve ser consideravelmente mais fraco do que o esperado na maioria das economias, especialmente na Europa, onde o embargo ao petróleo e as importações de carvão da Rússia estão incorporados nas projecções para 2023.

“Os preços das ‘commodities’ subiram substancialmente, reflectindo a importância do fornecimento da Rússia e da Ucrânia em muitos mercados, pressões inflaccionistas e atingiu receitas e gastos reais, particularmente para as famílias vulneráveis”, refere.

A OCDE assinala ainda que em muitas economias de mercados emergentes, os riscos de escassez de alimentos são altos, dada a dependência sobre as exportações agrícolas da Rússia e da Ucrânia, enquanto as pressões do lado da oferta também se intensificaram como resultado do conflito, bem como as paralisações na China.

Antecipa ainda que a pressão nos preços ao consumidor deverá permanecer elevada, com uma média de cerca de 5,5% nas principais economias avançadas em 2022 e 8,5% na OCDE como um todo, antes de recuar em 2023, à medida que as pressões da cadeia de suprimentos e dos preços das ‘commodities’ diminuem e o impacto de condições monetárias mais apertadas começa a ser sentida.

Ainda assim, a OCDE acredita que a inflação ‘core’, embora em desaceleração, deve, no entanto, continuar dentro ou acima dos objectivos de médio prazo em muitas das principais economias no final de 2023.

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MESMA NOTÍCIA

“O mundo já está a pagar o preço da agressão da Rússia”, nas palavras da economista-chefe da OCDE, Laurence Boone. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico reduziu as previsões de crescimento do PIB mundial em 2022 de 4,5% para 3%, em consequência da guerra na Ucrânia.

A taxa de inflação deverá atingir os 8,5% entre os países membros da OCDE, o maior valor desde 1988.

O relatório publicado esta quarta-feira revela também que os custos da guerra variam consideravelmente segundo a área geográfica. A previsão do crescimento na Zona Euro cai dos 4,3% apontados em dezembro para 2,6% e, por toda a Europa, os valores do crescimento serão ainda inferiores em 2023 em comparação com este ano.

E a OCDE está particularmente preocupada com os efeitos nos países mais pobres.

Laurence Boone, economista-chefe da OCDE:“A guerra está realmente a enviar ondas de choque até África e ao Médio Oriente. E aquilo a que assistimos agora é quão dependentes da Rússia e da Ucrânia são muitos dos países do Médio Oriente e de África, do Líbano ao Egito, Tunísia ou Iémen.”

Na Europa, as projeções para 2023 incorporam o embargo ao petróleo e às importações de carvão da Rússia e as perturbações nas cadeias de abastecimento também são fonte de grande preocupação.

O relatório alerta que uma inflação descontrolada pode conduzir a fortes subidas nas taxas de juro, ameaçando uma recuperação económica já em dificuldades no período pós-pandemia.

Data de Emissão: 10-06-2022 às 00:00
Género(s): Economia
 
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