Economia sem makas: Negócio de sucatas e a vandalização de bens públicos
Diariamente são roubadas em Luanda entre 98 a 105 tampas de sarjetas. Em caso de reposição do material, o GPL teria custos de 2,7 mil milhões Kz/mês. Os ladrões ganham, em média, 6.200 Kz por uma tampa de esgoto. O Estado gasta 900 mil Kz para repor cada uma delas.
O negócio de sucatas que proliferou um pouco por todos os bairros da cidade de Luanda está a ser sustentado, maioritariamente, por bens roubados na via pública. Tampas de sarjetas, cabos eléctricos, varões de torres eléctricas e ferros dos postos de betão são os materiais mais cobiçados pelos “caçadores de ferro”. Se tivesse de comprar e repor todos os dias as tampas de sarjetas roubadas, o Governo Provincial de Luanda (GPL) teria encargos diários de 90 milhões de Kz, apurou o Expansão.
Entre os bairros mais visados constam o Palanca, Nelito Soares (ruas das Bs e Cs), Bairro Azul, nas novas centralidades do Kilamba, Sequele e Marcony.
“Quando se furtam estas tampas libertam-se os gases e todos os transeuntes ficam expostos aos riscos de contrair problemas do foro respiratório, além dos carros que ficam danificados”, relata Zenilda Mandinga, directora da Unidade Técnica de Gestão e Saneamento de Luanda.
Para o governo provincial, o défice de emprego, a existência de mercado com preços muito baixos e a falta de consciência sobre as consequências estão na base deste problema de subtracção de bens públicos.
“O nosso munícipe tem de perceber que se retirar estes equipamentos o seu filho, o seu vizinho ou avô é que está propenso a ter um incidente naquele sítio”, salientou Zenilda Mandinga, apelando à formação para que haja maior consciência sobre a necessidade de proteger os bens públicos.
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