Economia sem makas: EUA e China guerreiam - se nos caminhos de ferro em África
A China apresentou um plano que prevê gastar mais de 1 bilhão de dólares para reformar uma importante ferrovia que liga o coração de cobre da Zâmbia ao porto tanzaniano de Dar es Salaam, a leste.
O embaixador de Pequim na Zâmbia, Du Xiaohui, entregou a proposta a Frank Tayali, ministro dos Transportes do país, na quarta-feira, dizendo em comentários transmitidos pela rádio estatal que o valor do investimento será nos “próximos anos”.
Os governos da Tanzânia e da Zâmbia decidiram entregar a concessão para administrar Tazara – como a ferrovia é conhecida – em uma base comercial para uma empresa estatal chinesa. Uma equipe da China Civil and Engineering Construction Corp. visitou as duas nações africanas para estudar a linha antes de submeter a proposta.
A China construiu e financiou a ferrovia de 1.860 quilómetros na década de 1970, e desde então caiu em desuso, operando com uma fração de sua capacidade de projecto. A linha competirá directamente com outra ferrovia que os EUA estão apoiando para ligar a Zâmbia para o Oeste ao porto do Lobito, na costa Atlântica de Angola.
O Caminho de Ferro Tanzânia–Zâmbia, também chamado Caminho de Ferro Tazara, é uma linha ferroviária na África Oriental ligando o porto de Dar es Salaam, no leste da Tanzânia, com a cidade de Kapiri Mposhi, na Província Central, na Zâmbia. A ferrovia tem 1.860 km de comprimento e é operada pela companhia binacional Autoridade Ferroviária Tanzânia-Zâmbia (Tazara), que desde 2016 está concessionada à China. A ideia é exportar os mineiros da Zâmbia para a China ou através da Tanzânia.
O Corredor do Lobito, que corresponde ao Porto com o mesmo nome e o Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB), é uma estrutura fundamental para o desenvolvimento da economia nacional e da Região Austral.
O consórcio Lobito Atlantic Railway (LAR), formado pela Mota-Engil, Trafigura e Vecturis, que ganhou a concessão por 30 anos para a operação, gestão e manutenção do Corredor do Lobito, em Angola, e do terminal mineraleiro do porto desta cidade, já tem os seus primeiros dois clientes.
Um deles é a própria Trafigura e o outro o complexo de cobre Kamoa-Kakula, situado na República Democrática do Congo, uma joint venture entre a Ivanhoe Mines e a Zijin Mining.
O consórcio Lobito Atlantic Railway (LAR), formado pela Mota-Engil, Trafigura e Vecturis, que ganhou a concessão por 30 anos para a operação, gestão e manutenção do Corredor do Lobito, em Angola, e do terminal mineraleiro do porto desta cidade, já tem os seus primeiros dois clientes.
Um deles é a própria Trafigura e o outro o complexo de cobre Kamoa-Kakula, situado na República Democrática do Congo, uma joint venture entre a Ivanhoe Mines e a Zijin Mining.
Os acordos, sujeitos a cláusulas de confidencialidade, foram assinados esta terça-feira durante a “Mining Indaba”, evento que reúne anualmente na Cidade do Cabo, África do Sul, os protagonistas da indústria mineira nacional.
Tópicos(s): Exportações, Financiamento externo, Importações, Minerais, Ocidente, Porto do Lobito