Economia sem makas: Desvalorização do Kwanza incentiva comércio transfronteiriço
Os tempos em que os angolanos eram notícia por fazerem compras, de tudo ou quase tudo, na vizinha Namíbia parecem já passados. Actualmente, a história é contada de maneira diferente Centenas de comerciantes namibianos atravessam a fronteira e vêm fazer compras na província de Cunene, onde os preços são mais atractivos.
O massango, principal fonte de alimentação das populações das províncias de Cunene e Huíla, juntamente com a cana-de-açúcar, lidera a lista dos principais produtos nacionais exportados comercialmente através do posto fronteiriço de Santa Clara no Cunene para a República da Namíbia.
Localizado a 45 quilómetros ao Sul de Ondjiva, capital do Cunene, o posto fronteiriço de Santa Clara é considerado o maior mercado fronteiriço do Sul de Angola. A diferença torna-se, ainda, mais evidente quando se comparam os preços dos produtos dos dois lados da fronteira, que em muitos casos podem ser até 50% mais baratos.
No mercado da Santa Clara é fácil observar carros com placas namibianas em movimento constante.
De acordo com o responsável, o facto de o Kwanza estar a sofrer uma crescente desvalorização, enquanto o dólar namibiano, moeda utilizada nas transacções comerciais com aquele país, tem se valorizado substancialmente ” tem reduzido o poder de compra dos angolanos que realizam comércio na fronteira, assim como dos pequenos e médios empresários que dependem do mercado namibiano”.
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