Economia Sem Makas: Banco Económico apresentou as contas e revela buraco de 628 mil milhões de kwanzas

O Banco Económico enfrenta uma crise financeira com um défice de 628 mil milhões de kwanzas, o que significa que, mesmo que venda todos os seus activos, não conseguirá cobrir as dívidas, sobretudo aos depositantes. Desde 2014, o banco precisa de um aporte financeiro significativo, estimado em 500 milhões de dólares, que não tem sido conseguido. Apesar de um plano de reestruturação implementado em 2020, que incluiu a redução de um terço dos trabalhadores e o encerramento de várias agências, o banco continua a perder dinheiro, principalmente devido à desvalorização do kwanza, já que a maior parte dos seus depósitos é em dólares.

O banco perdeu cerca de 600 mil milhões de kwanzas em depósitos desde 2020, e enfrenta dificuldades em transformar esses depósitos em crédito, com um rácio de transformação de apenas 7%. A recapitalização realizada foi meramente contabilística, sem entrada de dinheiro novo. A Sonangol, que anteriormente era accionista, já não faz parte da estrutura do banco após uma operação de redução de capital para cobrir prejuízos.

Há a possibilidade de dividir o banco em duas entidades: um “banco mau”, que absorveria os activos tóxicos, e um “banco bom”, que poderia reiniciar operações. A questão crítica é se o Estado deve intervir para salvar o Banco Económico, uma vez que a sua falência teria um impacto sistémico na economia, afectando empresas e instituições, incluindo a segurança social, que têm depósitos no banco.

Data de Emissão: 17-10-2024 às 07:10
Género(s): Economia, Opinião
 
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