Economia sem makas: A banca lucra com a desvalorização do kwanza

A banca lucra com a desvalorização do kwanza

A desvalorização do kwanza tem atingido valores recorde e a inflação sobre cada vez mais. Moeda nacional desvalorizou 13% em 20 dias face ao dólar americano e 11% face ao euro. Clientes dos bancos comerciais já começam a queixar-se da morosidade nas transferências internacionais. BNA diz que ainda não chegámos ao ponto de equilíbrio, pelo que kwanza vai continuar a desvalorizar, embora de forma menos acentuada.

Os bancos comerciais já apresentam dificuldade para cumprir com as transferências internacionais dos seus clientes, estando a demorar três a quatro semanas, sendo que o Expansão confirmou que as queixas vêm de clientes de diversas instituições financeiras. As casas de câmbios já começaram a ter falta de plafond, e muitas já optaram em reduzir o valor estipulado por transferência.

“A participação do Tesouro permite o acesso a divisas a grupo mais alargado de bancos, sendo que a petrolíferas já têm um nicho de bancos com que trabalham preferencialmente, e por isso os que ficam de fora estão a ter mais dificuldade. Também já assistimos à desistência de algumas transferências que estavam programadas por parte dos clientes “, refere o departamento de mercados do BNA que acrecenta: “Quando chegarmos ao ponto de equilíbrio vai ser preciso também limpar o histórico que ficou para trás. É importante também dizer que a redução de oferta não é um caso pontual, vai ser por um período mais longo, e os operadores vão ter de adaptar-se”.

Preços mínimos podem aumentar preços no consumidor

A crise cambial é a principal causa dos aumentos verificado nos últimos dois meses. E pouco pode ser feito no imediato para melhorar este cenário, dizem os especialistas, com o peso a cair nos bolsos dos cidadãos e dos consumidores em geral, com especial incidência nas camadas mais desfavorecidas.

Os preços de alguns dos principais produtos da cesta básica registaram um aumento de até 56% no mercado informal e 39% no formal, de acordo com cálculos do Expansão com base nos produtos considerados fundamentais na dieta dos angolanos. A recolha de informação foi efectuada nos mercados formais e informais da capital do País.

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