Economia sem macas: Inflação anual abranda depois de 15 dias a subir
A inflação em Angola tem mostrado sinais de abrandamento nos últimos meses, mas ainda enfrenta desafios. Em agosto, a inflação homóloga desceu de 31,1% em julho para 30,5%, refletindo uma queda mensal nos preços de 1,61%, ligeiramente inferior aos 1,68% registados em julho. Este abrandamento foi visível em setores importantes como alimentação, vestuário e saúde, mas a educação continua a pressionar os preços devido ao início do ano letivo, com o aumento de material escolar e propinas a contribuir para o aumento da inflação nesse setor.
Apesar desta desaceleração, a previsão para o final do ano, de acordo com o Gabinete de Estudos do BFA, é de que a inflação anual atinja os 32%. A desvalorização do kwanza e a redução das importações também têm influenciado a alta de preços, agravando a situação para os consumidores. Em Luanda, os preços já subiram 22,5% este ano, refletindo o impacto da redução de subsídios aos combustíveis e outras medidas fiscais.
A médio prazo, a remoção completa dos subsídios aos combustíveis, prevista para 2025, representa uma preocupação adicional, pois pode agravar a inflação. O aumento de preços nas comunicações também poderá ser um fator a considerar, com impactos significativos na economia. Assim, a trajetória da inflação nos próximos meses dependerá do comportamento de setores como a educação e as comunicações, que continuam a gerar pressão sobre os preços.
Diferença entre inflação e deflação:
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Inflação refere-se ao aumento generalizado e sustentado dos preços de bens e serviços ao longo do tempo, o que resulta numa perda de poder de compra. Em situações de inflação, os consumidores precisam de mais dinheiro para comprar os mesmos produtos, como é o caso atual em Angola, onde a subida dos preços está a dificultar a vida das famílias.
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Deflação, por outro lado, ocorre quando há uma queda geral nos preços. Isso pode parecer vantajoso para os consumidores num primeiro momento, mas a deflação prolongada pode ser prejudicial à economia, levando a uma diminuição nos lucros das empresas, menos investimentos e, eventualmente, desemprego.