Economia sem macas: Arrancou hoje à meia-noite o Censo Geral 2024
Mais de 90 mil técnicos foram mobilizados para garantir o êxito do Recenseamento Geral da População e Habitação. Em algumas comunidades do interior de Angola, há um certo ceticismo, devido à crise socioeconómica.
Sob o lema “Juntos contamos para Angola”, arrancou às 00:00 desta quinta-feira (19.09) o Recenseamento Geral da População e da Habitação 2024, o segundo censo pós-independência do país. Este estudo de abrangência nacional visa recolher dados socioeconómicos detalhados sobre a população do país, formando uma base de dados essencial para o planeamento, gestão e tomada de decisões políticas.
O coordenador da Comissão Multissetorial de Apoio à Realização do Censo, Francisco Furtado, assegurou que foram criadas as condições necessárias para o sucesso desta operação, com a superação dos constrangimentos financeiros que haviam surgido: “São questões que estão ultrapassadas, porque, inclusive, face a esta e outras situações que se registaram, houve a necessidade de se solicitar o reforço do orçamento do INE”, afirmou.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), foram recrutados mais de 90 mil técnicos para assegurar o sucesso da campanha. No entanto, algumas preocupações permanecem entre líderes comunitários. Pedro Afonso, presidente da comissão de moradores do Distrito Urbano da Camama, destacou a necessidade de evitar os erros cometidos em 2014, quando alguns agregados ficaram de fora do censo devido ao desconhecimento dos recenseadores sobre as áreas onde deveriam atuar: “Muitas vezes, as pessoas que intervinham em algumas áreas não tinham o domínio das próprias áreas e, praticamente, isso fez com que se fizesse um censo aleatório”, recordou.
O primeiro Censo Geral da População e Habitação de Angola foi realizado em 2014, revelando uma população de 25.789.024 habitantes, dos quais 63% residiam em áreas urbanas e 37% em zonas rurais. A população angolana era, na sua maioria, constituída por mulheres, com 13.289.983 (52% do total), enquanto os homens representavam 48% (12.499.041). A província de Luanda foi identificada como a mais populosa, com 6.945.386 habitantes, correspondendo a mais de um quarto da população total do país.
Com o Censo 2024, espera-se uma atualização fundamental destes dados, fornecendo uma visão precisa e atualizada sobre a evolução demográfica e as condições de vida em Angola, essenciais para o desenvolvimento e planeamento nacional.