Economia 100 Makas, O Fundo Monetário Internacional (FMI) reitera a necessidade de Angola aprofundar esforços de consolidação orçamental e combater as derrapagens orçamentais, sobretudo após o fim do programa do Fundo em 2021
A consulta regular do Fundo Monetário Internacional (FMI) a Angola, realizada anualmente, trouxe novos dados sobre a economia do país. O relatório final ainda não foi publicado, mas algumas tendências já são visíveis. O crescimento económico de 2024 ficou abaixo das previsões iniciais do FMI, que projectava 3,1%, enquanto os dados do Instituto Nacional de Estatística indicam que o crescimento real poderá ser ainda menor. O sector petrolífero apresentou um crescimento de 3,2%, enquanto o sector não petrolífero teve uma taxa de 3,8%. Apesar de algumas melhorias na dívida pública, ainda há forte pressão sobre a tesouraria e a liquidez do Estado.
O FMI alerta para a necessidade de maior qualidade nos investimentos públicos, garantindo um retorno eficiente para o país. Além disso, o endividamento continua a ser um desafio, especialmente com o crescimento do PIB abaixo do esperado. A inflação apresenta resultados piores do que o previsto, o que pode afectar a recuperação económica. O Fundo destaca que o controlo de gastos é essencial para evitar nova dependência da instituição no futuro e aponta a necessidade de reformas nas empresas públicas, muitas das quais continuam a gerar custos elevados sem resultados satisfatórios.
Outro ponto de atenção é o preço do petróleo. O FMI projecta um preço médio de 70 dólares por barril em 2024, mas o orçamento angolano depende de valores entre 60 e 75 dólares, colocando o país numa situação de incerteza financeira e exigindo cautela na política fiscal. Além disso, em 2023, houve dois aumentos no preço da gasolina, e o FMI defende que as populações mais vulneráveis devem ser protegidas de futuros aumentos.
O Fundo alerta ainda para a necessidade de evitar derrapagens orçamentais e de focar-se em investimentos estratégicos que garantam retorno. O modelo de contratação pública precisa de mais transparência e eficiência para evitar gastos excessivos, e a disciplina fiscal deve ser reforçada para garantir a estabilidade da economia no médio e longo prazo. Mais detalhes sobre os desenvolvimentos económicos serão abordados ao longo da programação.