Economia 100 Makas, O diretor-geral do INE, quando fala de "repescagem" no Censo e não de "prorrogação", parece o diretor da UIF ao falar do GAFI: "não estamos na Lista Cinzenta, estamos sob Monitorização Reforçada"
O director-geral do INE insiste em referir-se à “repescagem” do Censo, em vez de assumir que se trata de uma “prorrogação”. Segundo ele, a repescagem consiste em retornar a casas que não puderam ser recenseadas por diversas razões, como ausência de moradores ou problemas com os questionários. No entanto, dados apontam que 77% da população foi recenseada, o que significa que 23% ficou de fora. Segundo classificações internacionais, um Censo é considerado aceitável quando omite apenas 2 a 4% da população, e regular ou mau quando ultrapassa os 9%.
Embora o director-geral afirme que a continuidade do trabalho é parte do plano inicial, foi necessário adicionar adendas aos contractos dos recenseadores, o que levanta dúvidas sobre a natureza planejada da ação. Ademais, a recusa em admitir que se trata de uma prorrogação parece mais um jogo de palavras do que uma diferença real nos procedimentos.
Esse discurso é comparado à linguagem utilizada pela Unidade de Informação Financeira (UIF) em relação ao Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI), onde se afirma que Angola não está na “Lista Cinzenta”, mas sob “Monitorização Reforçada”, embora ambos os termos representem essencialmente a mesma situação. Recentemente, o governador do Banco Nacional de Angola, José Massano, reconheceu que o país deseja sair rapidamente dessa lista. Da mesma forma, a resistência em admitir a prorrogação do Censo pode ser vista como uma tentativa de minimizar o impacto dos atrasos no processo censitário.