Economia 100 Makas, Angola produziu pela primeira vez mais de 10 milhões de quilates de diamantes
Angola alcançou, pela primeira vez, a marca de 14 milhões de quilates de diamantes produzidos, aproximando-se do Canadá, terceiro maior produtor mundial. Apesar do recorde, o país não atingiu a meta estabelecida no Plano de Desenvolvimento Nacional, que previa 14,65 milhões de quilates. As principais minas responsáveis por este desempenho são Catoca e Lulo, sendo que esta última apresentou um aumento significativo na produção, enquanto Catoca produziu abaixo do esperado.
No ranking mundial, Angola mantém-se como o quarto maior produtor, atrás da Rússia, com 37 milhões de quilates, Botsuana, com 25 milhões, e Canadá, com 15 milhões. Contudo, a proximidade ao Canadá indica um avanço considerável no setor.
Apesar do aumento na produção, o contexto atual é desafiador devido à queda dos preços globais dos diamantes, impulsionada pela concorrência com diamantes sintéticos. Em consequência, grande parte da produção angolana está a ser armazenada como stock, aguardando melhores condições de mercado para exportação.
O impacto da produção de diamantes na economia angolana permanece limitado. No Produto Interno Bruto (PIB), o setor representa entre 1% e 2%, enquanto no Orçamento Geral do Estado, a contribuição não ultrapassa 1% em alguns anos. No entanto, o setor tem um peso maior nas exportações, representando cerca de 4% do total.
Especialistas destacam que a entrada em operação da mina Lulo foi crucial para o aumento da produção. Contudo, para que o setor se torne mais lucrativo, será necessário que os preços dos diamantes naturais voltem a subir no mercado internacional. A expectativa é que, em 2025, o mercado apresente sinais de recuperação, permitindo que Angola tire maior proveito deste crescimento na produção.
O aumento da produção foi refletido nos dados do PIB do terceiro trimestre, que registaram um crescimento expressivo do setor de mineração, sendo este o maior aumento desde 2015. Ainda assim, o contexto global permanece um desafio, com o mercado de diamantes naturais a enfrentar a concorrência de produtos sintéticos.
Angola espera que, com a estabilização dos preços e a continuidade do crescimento da produção, o setor diamantífero tenha um papel mais relevante na economia nacional nos próximos anos.