Economia Sem Makas: BNA taxas de juro

[ ] BNA taxas de juro

O Comité de Política Monetária (CPM) reuniu no dia 20 de Janeiro de 2023 e decidiu reduzir as suas taxas de juro, nomeadamente:
 
• a Taxa Básica de Juro (BNA) de 19,5% para 18%;
• a taxa de juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez de 21% para 18%;
• a taxa de Juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez de 15% para 14%;
 
Esta decisão fundamenta-se na redução da inflação observada ao longo de 2022 e das pressões inflacionistas, bem como no alinhamento das condições monetárias com o objectivo da inflação de médio e longo prazo.
 
Para a tomada de decisão, o CPM analisou o contexto económico, monetário e financeiro internacional e nacional, destacando-se:
 
A nível internacional, perspectiva-se uma desaceleração acentuada da economia mundial.
Após um crescimento de 2,9% em 2022, de acordo com os dados do Banco Mundial publicados no seu relatório Global Economic Prospect em Janeiro de 2023, espera-se uma desaceleração da economia mundial em 2023 para 1,7%. Esta perspectiva de desaceleração justifica-se pela implementação de uma política monetária restritiva, a deterioração das condições financeiras, o conflito militar entre a Rússia e a Ucrânia, bem como pela crise energética na Europa ocidental.
 
Para as economias avançadas, perspectiva-se um crescimento de 0,5% em 2023, inferior aos 2,5% registados em 2022, influenciado pela esperada estagnação da Zona Euro. 
 
Nas economias emergentes e em desenvolvimento, espera-se um crescimento de 3,4% em 2023, igual ao observado em 2022, com a África Subsariana a ser a região com o melhor desempenho, com uma taxa de crescimento de 3,6%.
 
Relativamente à inflação mundial, espera-se uma redução em 2023 como resultado da politica monetária restritiva, da desaceleração da actividade económica, normalização das cadeias de abastecimento e dos preços das commodities não energéticas.
 
No plano nacional, os fundamentos macroeconómicos continuam favoráveis.
No ano de 2022, o sector externo teve um desempenho positivo com a conta de bens a registar um saldo superavitário de 30,92 mil milhões de dólares norte-americanos, um aumento de 41,92% comparativamente a 2021, reflexo do crescimento das exportações em 43,49%, apesar do crescimento das importações em 46,40% no mesmo período.
 
As Reservas Internacionais situaram-se em 14,48 mil milhões de dólares norte-americanos, o que corresponde a uma cobertura de cerca de 6 meses de importações de bens e serviços. 
 
No sector real, estimamos que o Produto Interno Bruto em 2022 tenha crescido em torno de 3,17%, suportado essencialmente pela dinâmica do sector não petrolífero com destaque para os serviços mercantis, sector diamantífero, agricultura e sector de construção.   
 
Em 2022, observou-se uma forte desaceleração do nível geral dos preços, com a taxa de inflação no final do ano, a alcançar os valores mais baixos dos últimos cinco anos, tendo-se fixado em 13,86%, contra os 27,03% no final de 2021. O comportamento da inflação deveu-se ao curso da política monetária, à apreciação da moeda nacional em relação às moedas usadas nas trocas comerciais, bem como ao aumento e regularidade da oferta de bens de amplo consumo, com destaque para os bens alimentares. 
 
No domínio monetário, a trajectória da Base Monetária em moeda nacional mostrou-se consistente com o objectivo de médio e longo prazo da política monetária, tendo-se observado uma contracção anual de 0,65%. 
 
Para o crescimento económico em 2023, prevemos que a economia nacional prossiga a sua trajectória ascendente, crescendo a uma taxa em torno de 3,3%. 
 
Quanto à taxa de inflação, perspectiva-se que continue o seu percurso de desaceleração em 2023, terminando o ano entre 9% a 11%, como resultado do comportamento favorável das variáveis acima referidas.
 
A próxima reunião do Comité de Política Monetária, realizar-se-á no dia 21 de Março de 2023.

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Data de Emissão: 23-01-2023 às 07:30
Género(s): Economia, Opinião
 

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