Seja bem-vindo querido leitor a este seu espaço onde perguntar não ofende no final de uma semana marcada pela nomeação do Procurador-Geral da República pelo Presidente e por todas as perguntas que essa nomeação antecedida de uma eleição levantou e que culminaram, como culminam muitas perguntas ultimamente, com questionamentos à Constituição, que permite que um todo poderoso possa açambarcar todos os poderes e vergá-los, bem como ao país, ao sabor dos seus anseios.

Mas antes dessas perguntas, andou muita gente a perguntar “porque é que o PR escolheu o PGR menos votado entre os candidatos à Procuradoria-Geral da República”. E essa pergunta poderá provavelmente ser respondida com outras perguntas, apesar de ensinarem os mais velhos que a prática é rude, perguntas, querido leitor, são de resto o substantivo feminino de eleição deste seu espaço…

Ora porque é que o PR escolheu o PGR menos votado?

-É por acaso a primeira vez que o PR ignora resultados de eleições que não lhe interessam? Não o vimos a agarrar o copo de champanhe (daquela forma que enaltece a elegância do antecessor), para comemorar, (numa comemoração pálida que mais parecia um ‘komba’), os resultados eleitorais que foram um valente trambolhão em relação a 2017? Mas mais do que isso: porque haveria, tendo ele mesmo Chefe de Estado sofrido a humilhação de uma derrota vergonhosa na capital (pelo menos, onde nem na Cidade Alta terá vencido segundo reportes) porquê que, tendo ele sofrido o peso dessa derrota, iria nomear um vencedor de eleições?…