Crónicas do Otchinhelo: A era dos nativos digitais
A ERA DOS NATIVOS DIGITAS
Vivemos uma era de verdadeiro ataque a realidade, a objectividade, a verdade ou se quisermos a palavra de honra.
Nunca vivemos uma fantasia de forma tão real como vemos hoje nas redes sociais. Aí a vida está tão encantada que comparado com o país das maravilhas de Alice, o autor, teria vergonha de ter criado esse clássico da literatura e do cinema. Está claro que a realidade superou a ficção!
A mentira, o boato e a malidicência tornaram-se tão comuns nas redes sociais que nativos e migrantes digitais acreditam que, escondidos nessas trincheiras, não cometem crime, e muito menos são apanhados pela Polícia.
Felizmente muitas dessas pessoas estão agora a sentir o amargo do que plantaram, depois de deixarem de viver a vida real, onde há regras e normas de convivência, sim, onde podem ser Mandela e Gandhi sem as armadilhas dos likes e comentários traiçoeiros das redes sociais!
Essas pessoas querem ser visíveis num mundo cada vez mais invisível a humanidade. O quero mais continua a reinar, o amor deixou de ser uma troca e pasou a ser vendido pelo número de likes que abraçam uma publicação nas redes sociais.
Não importa se fumaram uma de Malanje ou do Uíge, o que é certo é que, o efeito passa e a Lei olha nos olhos desses indivíduos e diz com a cara trancada que, até nas redes sociais é preciso saber brincar.
O bom nome, a honra e a família de quem quer que seja, não são objectos de brinquedo, são mesmo sagrados a luz da nossa Constituição, não importa o quibuto da tua raiva.
Por isso, antes de publicar algo, pensa, porque quando estiveres cara a cara com o Código penal, nenhum like ou comentário te vai ajudar a suportar o peso das algemas.
José Otchinhelo
(12.09.2022)