A Última Palavra, edição com Luís Jimbo
“Eleições autárquicas e eleições gerais simultaneamente em 2027”.
 
Proposta de LUÍS JIMBO, especialista em processos eleitorais e resolução de conflitos, em entrevista exclusiva ao programa A ÚLTIMA PALAVRA da MFM, nesta quinta-feira, 19 de Outubro.
 
O também Director-geral do IASED (Instituto Angolano de Sistemas Eleitorais e Democracia) e coordenador do OBEA (Observatório Eleitoral de Angola) defende a institucionalização das autarquias locais de forma gradual, uma vez que se trata de um processo complexo e inédito em Angola, cuja consolidação precisa de ser assegurada, passo a passo, a cada ciclo eleitoral, para se evitarem os embaraços e retrocessos que se registam em Moçambique.
 
LUÍS JIMBO considera grave o facto de não ter sido aprovado qualquer financiamento do Estado para as eleições autárquicas, tendo em conta que as autarquias constituem os alicerces da democracia participativa.

“Gostamos do que vimos. Aquele projecto não tem muito tempo de existência, foi inaugurado no ano passado, é um investimento público. Alguns críticos dirão que o Estado já não tem de se meter no sector produtivo. Ou não deveria fazer, estando feito, deveria ser incluído no PROPRIV, para ser privatizado. Mas, entendemos que, para este caso concreto da Quizenga, compreendemos que não deve ser privatizado, porque já temos lá água, energia e terrenos infra-estruturados”, disse o Titular do Poder Executivo.

João Lourenço recordou que o país conta apenas com uma instituição agrónoma na província do Huambo, e, agora, vai nascer a segunda, em Malanje, Norte do país, mantendo o desejo de “caprichar no sentido de fazer-se algo de que nos possamos orgulhar nas próximas décadas”.

O Presidente da República sublinhou que falar da necessidade da aposta na agricultura sem se preocupar com a formação do homem, não é fazer bem as coisas, porque não basta apelar para que as famílias e os empresários agrícolas produzam mais se não tiverem pessoas capacitadas sobre o negócio da agricultura, de como produzir o milho, a soja, o feijão, e de como criar o gado, é preciso que estejam formados e preparados.

“Vamos manter e melhorar a Chianga, no Huambo, e vamos reabilitar o Chivinguiro, na província da Huíla, e construir aqui o novo Instituto Superior da província de Malanje”, garantiu.

Antes mesmo que o questionassem, o Presidente da República explicou as razões que fazem com que a construção do Instituto Superior de Agronomia seja em Malanje. “Malanje tem um potencial agrícola e é rodeado por outras províncias com o mesmo potencial, nomeadamente o Cuanza-Norte e o Uíge, portanto estando localizando aqui em Malanje faz todo o sentido, sem prejuízo do estabelecimento poder e dever receber candidatos das 18 províncias do país”, disse.

Em relação à Biocom, o Presidente da República disse que a empresa está a satisfazer cerca de 40 por cento das necessidades de consumo de açúcar do país, mas a meta é trabalhar para ganhar mais 20 por cento, de forma a que nos próximos anos se possa cobrir cerca de 60 por cento das necessidades de consumo do país em açúcar.

“Para isso vai ter que se fazer investimentos, quer no campo, ampliando as áreas de cultivo, quer mesmo, se calhar, na parte industrial, mas, sobretudo, na parte agrícola. Este compromisso existe por parte dos accionistas e é evidente que todo o investimento carece de recursos, mas a Banca existe para isso, portanto os investidores têm de recorrer sempre à Banca para poderem realizar os seus projectos. Acredito que a Banca estará aberta para este passo que se pretende dar”, afirmou.

João Lourenço acrescentou que para o país ser auto-suficiente na produção de açúcar, os 40 por cento que vão faltar, se calhar, justificam que outros investidores privados se interessem em investir numa unidade agro-industrial do género da Biocom, em algum ponto do país, de preferência numa província onde passa um caminho de ferro, que leve a um porto comercial, como as províncias de Benguela, Bié, Huambo e Moxico.

“Temos de pensar que depois de cobrir as necessidades internas, devemos ter a ambição, sempre, de podermos exportar”, afirmou o Presidente da República.

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