Fernando Pacheco é engenheiro-agrónomo, especialista e activista, que tem presença activa no cenário público angolano e tem sido convidado várias vezes para os programas da MFM.

Nesta edição, o especialista aborda sobre os reias motivos de haver elevadíssimos índices de desnutrição aguda em Angola, após 22 anos depois da conquista da Paz, sobretudo entre crianças com menos de  5 anos de idade.

Em Angola, pelo menos 11 milhões de pessoas passam fome todos os dias, segundo o último relatório da FAO – Organização para a Alimentação e Agricultura afecta às Nações Unidas. O número de subnutridos passou de 6,8 milhões para 8,3 milhões de 2021 a 2023. No mesmo período, a insegurança alimentar grave aumentou de 30 por cento para 32 por cento.

Actualmente, em todo o país, pelo 80 por cento da população tem dificuldades de se alimentar regularmente. Embora sejam dados das Nações Unidas, sem qualquer confirmação ou desmentido das autoridades angolanas, a realidade fala por si: desemprego, extrema pobreza, fome e desnutrição aguda em proporções alarmantes. Quais as causas reais desta situação, 22 anos depois do fim da guerra civil?

As respostas, com base numa análise descomplexada dos caminhos e “descaminhos” da produção agrícola ao longo dos últimos 50 anos, na óptica de FERNANDO PACHECO, engenheiro-agrónomo, antigo professor universitário, tendo exercido cargos no Ministério da Agricultura nos anos 70 e 80, co-fundador e Presidente da ADRA – Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente, membro do Conselho da República de 2018 a 2022, consultor independente, colaborador do CEIC – Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Angola, articulista de vários jornais e revistas, membro de distintas organizações da sociedade civil e autor de dois livros sobre temas políticos, económicos, sociais e agronómicos.