Economia sem makas: José de Lima Massano, justificou o trambolhão do Kwanza com o ‘’choque petrolífero’’
Antigo Governador do BNA, José de Lima Massano, antes de ser Ministro de Estado e da Coordenação Económica, em reunião com Banqueiros, justificou o trambolhão do Kwanza com o ‘’ choque petrolífero’’.
BNA Realiza Encontro de Auscultação sobre a Evolução da Economia Nacional
No seguimento dos encontros periódicos com os principais agentes económicos, os membros do Comité Executivo do Banco Nacional de Angola reuniram no dia 07 de Junho, no Auditório Macuta, em Luanda, com os representantes de várias associações empresariais do País, para analisar os desenvolvimentos mais recentes da economia nacional, com particular destaque para a evolução do mercado cambial.
Os representantes das associações convidadas, aproveitaram a oportunidade para expor as suas preocupações e sugestões relativamente aos desafios actuais da economia nacional, visando a busca constante de soluções concertadas para a resolução dos problemas que afligem a classe empresarial.
Na ocasião, o Governador José de Lima Massano acolheu com agrado as contribuições apresentadas, tendo afirmado que as reformas em curso no âmbito da normalização e funcionamento do mercado cambial iniciadas em 2018 devem continuar a ser implementadas com rigor, para assegurar a manutenção das conquistas alcançadas até à presente data, uma vez que a conjuntura actual decorre de uma alteração estrutural do mercado, que se deverá ajustar ao novo contexto, com base no alcance de uma nova taxa de câmbio de equilíbrio.
Por outro lado, no âmbito do fomento da produção nacional, segundo o Governador do Banco Nacional Angola, o actual desenvolvimento da economia nacional, representa mais uma oportunidade de exploração das suas potencialidades para o reforço da diversificação da economia e, por essa via, a redução da dependência excessiva da importação de bens e serviços.
Para além do Vice-governador do BNA, Manuel Tiago Dias e de responsáveis dos Departamentos de Mercados, Estudos e Estatística do Banco Nacional Angola, o encontro ficou, igualmente, registado com a presença de representantes da Associação Angolana de Bancos, Associação Industrial de Angola, Associação de Empresas de Comércio e Distribuição de Angola, Associação das Indústrias Têxteis e Confecções de Angola, Associação das Indústrias dos Materiais de Construção de Angola e da Associação dos Concessionários de Equipamentos de Transporte Rodoviário e Outros.
Kwanza tornou-se na moeda africana mais fraca este ano depois de uma queda no seu valor de 21% no mês passado.
Angola tem de pagar nesta ano quase dez mil milhões de dólares de dívidas e a súbita queda nos mercados cambiais da moeda nacional, o kwanza, vai tornar difícil alcançar esse objectivo, aumentar a inflação e a proporção da dívida em relação ao produto interno bruto, disseram economistas.
A queda do preço do petróleo tornou insustentável o apoio do Banco Nacional de Angola (BNA) ao kwanza que, com efeito, tornou-se na moeda africana mais fraca este ano, depois de uma redução do seu valor de 21% no mês passado.
Analistas disseram à agencia Reuters que os baixos preços do petróleo e um aumento no pagamento de dívidas levaram o banco central a não poder continuar a apoiar o kwanza nos mercados cambiais
Na segunda-feira, 12, o kwanza estava a ser comercializado a 637. 30 por dólar americano, uma queda dos 506 kwanzas por dólar, registados em Maio.
A moeda angolana tinha estado a ser comercializada entre 502 e 506 kwanzas desde Novembro do ano passado.
O petróleo constitui mais de 90% das exportações do país e as exportações do petróleo angolano no primeiro trimestre deste ano caíram cerca de 30% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O preço do petróleo Brent estava a ser comercializado a 82.10 dólares o barril em média no primeiro trimestre deste ano, comparado com 97.90 dólares no mesmo período do ano passado
Gerrit van Rooyen, economista da Oxford Economics, disse à Reuters que entre Novembro e Abril o kwanza foi supreendentemente estável o que, segundo ele, sugere que o banco central de Angola usou reservas cambiais para estabilizar o valor da moeda nacional.
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Mas, acrescentou van Rooyen , essa intervenção tornou-se insustentável devido à queda constante do preço do petróleo, a ser comercializado agora abaixo do preço previsto no orçamento de Estado preparado pelo Ministério das Finanças, no valor de 75 dólares o barril.Hoje, o preço do Brent nos mercados internacionais ronda os 73 dólares o barril.
Consequências
A queda do valor do kwanza deverá aumentar a inflação, que caiu de 27,7% em Janeiro de 2022 para 10,6% em Abril, e vai fazer subir também o custo do pagamento das dívidas.
Sarah Baynton-Glen, do banco Standard Charter, disse à Reuters que a valorização do kwanza tinha estabilizado a proporção da dívida em relação ao PIB desde 2020 mas a desvalorização da moeda vai reverter a redução da proporção dívida/PIB que tinha caído de 130%, no final de 202,0 para 63% no final de 2022.
Refira-se que 80 por cento da divida angolana é em moeda estrangeira e o país tem que pagar este ano 9.900 milhões de dólares.