Café da Manha com Ana Paula Tavares
Café da Manha com Ana Paula Tavares.
Ana Paula Ribeiro Tavares (Lubango, Angola, 30 de outubro de 1952) é uma historiadora e poetisa angolana.[1]
Biografia
Nascida em 1952, no Lubango, na província angolana de Huíla, foi criada por padrinhos, residiu ali até aos 20 anos.[2] Após o casamento viveu no Huambo, Cuanza Sul, Benguela e finalmente Luanda.[3]
Iniciou o seu curso de História na Faculdade de Letras do Lubango (hoje ISCED – Instituto Superior de Ciências da Educação da Huíla). Em 1992, foi para Portugal, onde terminou o curso na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e fez o Mestrado em Literaturas Africanas concluindo o curso em 1996.[1][4]
Em 1976 foi nomeada para o Conselho Nacional de Cultura, destacando-se em Cuanza Sul.[5][4]
Atualmente, reside em Portugal. Concluiu o doutorado em Antropologia na Universidade Nova de Lisboa sobre a “História e memória. Estudo sobre as sociedades de Lunda e Cokve de Angola” e leciona na Universidade Católica de Lisboa.[6][2][1]
Atuou continuamente na área da cultura, museologia, arqueologia e etnologia, património, animação cultural e ensino.[1]
Tanto a prosa como a poesia de Ana Paula Tavares estão presentes em várias antologias publicadas alguns paises em destaque estão: Portugal, Brasil, França, Alemanha, Espanha e Suécia.
Influências
A escrita de Ana Paula Tavares foi influência por autores brasileiros, como Manuel Bandeira, Jorge Amado, Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Mello Neto, cujas obras chegaram a Angola por meio de viajantes. Segundo a poeta, não só a literatura, mas também a música brasileirainfluenciou sua escrita.[7]
Prêmios e Reconhecimento
- 2007 – Prémio Nacional de Cultura e Artes de Angola (categoria literatura), pelo livro Manual para amantes desesperados[8][9]
- 2004 – Ganhou o Prémio Mário António de Poesia atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkiancom o livro Dizes-me coisas amargas como os frutos[8][10][11]
- 2025 – Prémio Camões, por sua “fecunda e coerente trajetória de criação estética” e pelo “resgate de dignidade da Poesia” em sua obra.[12][13]
Obras Selecionadas
É autora de vários livros: [14][2]
- Ritos de passagem (poesia). Luanda: UEA, 1985 [2ª ed. Lisboa: Caminho, 2007].
- Sangue da buganvília: crônicas (prosa). Centro Cultural Português Praia-Mindelo, 1998.
- O Lago da Lua (poesia). Lisboa: Caminho, 1999.
- Dizes-me coisas amargas como os frutos (poesia). Lisboa: Caminho, 2001.
- Ex-votos, 2003
- A Cabeça de Salomé (prosa). Lisboa: Caminho, 2004.[15]
- Os olhos do homem que chorava no rio (romance), em coautoria com Manuel Jorge Marmelo. Lisboa: Caminho, 2005.
- Manual Para Amantes Desesperados (poesia). Lisboa: Caminho, 2007.
- Mukai[18]
- Canto de nascimento
- Não conheço nada do país do meu amado
- Vieram muitos
- Tratem-me com a massa[19]
- November without water[20]
- A abóbora-menina[21]
- O mirangolo
- Rapariga
- Amargos como os frutos
- Entre os lagos
- História de amor da princesa Ozoro e do húngaro Ladislau Magyar[22]
- A manga
- A mãe e a irmã
- O cercado