Economia sem Makas, edição alargada de 13 de Outubro de 2025
Economia sem Makas
Edição alargada de 13 de Outubro de 2025
Emissora: Rádio MFM
Apresentação: Manuel Vieira
Comentário: Carlos Rosado de Carvalho
Temas em Destaque da Semana
Governo alerta investidores nos Eurobonds para riscos de protestos devido à austeridade e tensões em Cabinda
O Governo angolano emitiu um alerta dirigido aos investidores dos Eurobonds, advertindo para os riscos potenciais de instabilidade social resultantes das medidas de austeridade em curso e das tensões políticas na província de Cabinda.
O aviso, incluído em documentos enviados a credores internacionais, reconhece que o ajustamento fiscal e a redução de subsídios podem gerar protestos e resistência popular, sobretudo em contexto de desemprego elevado e desaceleração económica.
Carlos Rosado de Carvalho sublinhou que a transparência deste tipo de comunicação é positiva, mas revela preocupações do Executivo com o impacto social das medidas económicas, podendo afetar a perceção de risco dos investidores estrangeiros.
Banco Mundial corta previsão de crescimento para 2025
O Banco Mundial reviu em baixa a previsão de crescimento económico de Angola para 2025, reduzindo-a de 2,9% para 2,3%.
A instituição aponta como causas principais:
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A queda na produção petrolífera,
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A lentidão nas reformas estruturais, e
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A fragilidade da recuperação do setor não petrolífero.
Segundo Carlos Rosado de Carvalho, esta revisão reforça o alerta de que a economia angolana continua excessivamente dependente do petróleo, e que o crescimento sustentável só será possível com a diversificação real da base produtiva.
Letargia no setor publicitário agrava crise na comunicação social tradicional
O setor da publicidade em Angola continua a mostrar sinais de estagnação, deixando os meios de comunicação social tradicionais em situação de crise financeira prolongada.
A redução do investimento das grandes empresas, aliada à migração de campanhas para plataformas digitais internacionais, tem fragilizado jornais, rádios e televisões locais.
Carlos Rosado destacou que a falta de uma política pública de incentivo ao mercado publicitário interno ameaça a sobrevivência de redações e compromete a pluralidade informativa, fundamental para a democracia.
UNITA mantém tradição das múltiplas candidaturas
No campo político, mas com impacto indireto na economia, a UNITA mantém a tradição de apresentar múltiplas candidaturas à presidência do partido, prática que reflete vitalidade interna mas também divergências sobre liderança e estratégia.
Para Rosado de Carvalho, embora este tema não seja estritamente económico, ele influencia a perceção de estabilidade política, um fator crucial para o clima de investimento e para o comportamento dos mercados.