Entre nós, episódio # 11
O PROGRAMA ENTRENÓS, ESPECIAL JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS, VIDA E OBRA DO 2º PRESIDENTE DE ANGOLA INDEPENDENTE
Angola perde “Estadista de Grande Dimensão”
O ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos, morreu, sexta-feira, 8 de Julho, às 11 horas e 10 minutos, em Barcelona (Espanha), após prolongada doença. Em comunicado o Executivo angolano anunciou o falecimento “com sentimento de grande dor e consternação” e “o maior respeito e consideração, perante a figura de um Estadista de grande dimensão histórica”. Também, foi decretado Luto Nacional de sete dias em todo o território nacional, nas missões diplomáticas e consulares.
Funeral de estado para antigo Presidente da República José Eduardo dos Santos;
Não há impedimento: todos, sem excepção, podem vir a Angola para as exéquias do Ex-Presidente;
Período de Luto de 7 dias;
José Eduardo dos Santos gostaria de ser lembrado como um bom patriota;
José Eduardo dos Santos
Um percurso heroico AGOSTO DE 1942 – à 9 de JULHO DE 2022
José Eduardo dos Santos coordenou, em Brazzaville, República do Congo, a actividade da JMPLA, organismo de que foi um dos fundadores e durante algum tempo vice-presidente. Integrou, em 1962, o Exército Popular de Libertação de Angola (EPLA), braço armado do MPLA, e, em 1963, foi o primeiro representante do MPLA na capital da República do Congo DR Com a proclamação da Independência de Angola, a 11 de Novembro de 1975, José Eduardo dos Santos é nomeado ministro das Relações Exteriores. Durante o período em que exerceu essas funções, depois de intensa luta diplomática, Angola foi reconhecida como membro de pleno direito da OUA (Organização de Unidade Africana, antecessora da União Africana), em Fevereiro de 1976, e da ONU, em Dezembro do mesmo ano.
A 10 de Setembro de 1979, o país é abalado com a morte de Agostinho Neto, o primeiro Presidente de Angola. José Eduardo dos Santos, com apenas 37 anos de idade, é escolhido pelos seus pares do Comité Central para dirigir o “processo revolucionário angolano”, no lugar de Agostinho Neto. É então eleito presidente do MPLA, a 20 de Setembro, e, no dia seguinte, é investido nos cargos de presidente do MPLA – Partido do Trabalho, Presidente da República Popular de Angola e Comandante-em-Chefe das FAPLA (Forças Armadas Populares de Libertação de Angola).
José Eduardo dos Santos conduziu o processo de reconciliação nacional, com a reintegração nas Forças Armadas Angolanas dos ex membros das forças militares da UNITA, a nomeação de membros deste partido para o Governo, no quadro do GURN, a desminagem das estradas e campos e outras acções que permitiram a consolidação da paz
A 11 de Março de 2016, numa reunião do Comité Central do MPLA, José Eduardo dos Santos anuncia que dei xaria a vida política activa em 2018, dando início ao processo de transição. Nas eleições gerais de 2017, é indicado como cabeça de lista do MPLA o então ministro da Defesa, João Lourenço, que assume a chefia do Estado, depois da vitória do partido. José Eduardo dos Santos viria a deixar a liderança do partido em Setembro de 2018, de pois de 39 anos, num congresso extraordinário que elege João Lourenço. José Eduardo dos Santos fica então como presidente emérito do partido. No seu último discurso, como presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos defendeu-se das críticas contra a longevidade do seu consulado. Lembrou que muitos dos seus camaradas sabiam que ele nunca ambicionou o cargo e tão-pouco pensou que pudesse permanecer tantos anos no mesmo. “Mas as circunstâncias históricas e políticas assim o determinaram. Pro curei, ao longo desses anos, dar o melhor de mim, aquilo que estava ao alcance das minhas forças, das minhas capacidades intelectuais, alicerçadas nas profundas convicções políticas e ideológicas, que, desde a juventude, nortearam a minha vida”, disse. Na mesma ocasião, reconheceu ter cometido alguns erros, considerando que não existia qualquer actividade humana “isenta de erros.
Participações em Directo de;
Faustino Henriques – Jornalista e comentaristas;
Victor Hugo Mendes – Jornalista;
Welington Calasans – Jornalista (suécia);
Alexandre Chivale – comentarista (Moçambique);
Boavida Neto – Politico;
Bartolomeu Dias – Empresário;