Economia Sem Makas: Será possível evitar a prorrogação do censo?

Economia Sem Makas: Será possível evitar a prorrogação do censo?

Sob o lema “Juntos contamos para Angola“, arrancou às 00:00 desta quinta-feira (19.09) o Recenseamento Geral da População e da Habitação 2024, o segundo censo pós-independência do país.

O estudo de abrangência nacional visa recolher dados socioeconómicos sobre a população do país. As informações formarão uma base de dados para o planeamento, gestão e tomada de decisões políticas.

Do coordenador da Comissão Multissetorial de Apoio à Realização do censo, Francisco Furtado, chega a garantia do fim dos constrangimentos financeiros e a criação das condições necessárias para o censo 2024.

“São questões que estão ultrapassadas, porque, inclusive, face a esta e outras situações que se registaram, houve a necessidade de se solicitar o reforço do orçamento do INE”, garante.

Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que mais de 90 técnicos foram recrutados para garantir o sucesso da campanha.

Dia 19 de setembro, marca o início oficial do Censo Geral da População e da Habitação de 2024 em todo o território angolano. Este é o segundo censo de Angola desde a independência em 1975 e o primeiro a empregar a colecta digital de dados, utilizando a tecnologia de Entrevista Pessoal Assistida por Computador (CAPI).

A utilização do CAPI visa optimizar os fluxos de colecta e processamento de dados, acelerar a disseminação de dados geoespaciais e, em última análise, contribuir para um planeamento sectorial aprimorado, melhorando os padrões de vida, fortalecendo a governança e a responsabilidade, além de promover a equidade entre os diversos grupos populacionais.

A cerimónia oficial de lançamento, realizada em Luanda, foi presidida pelo Ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Francisco Pereira Furtado, que também coordena a Comissão Multissectorial de Apoio à Realização do Censo.

Em seu discurso, o ministro Furtado destacou o papel fundamental do censo na contagem precisa da população e na recolha de dados essenciais sobre características como género, idade, educação, emprego e rendimento. Ele afirmou que “os censos têm a vantagem incomparável de cobrir todo o universo estatístico (até as menores unidades geográficas) do país, província ou município, e são uma ferramenta essencial para o planeamento e desenvolvimento de políticas públicas”. Estes dados abrangentes fornecem informações críticas sobre a distribuição geográfica e as condições socioeconómicas da população, permitindo uma tomada de decisões informada.

Ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Francisco Pereira Furtado, que também coordena a Comissão Multissectorial de Apoio à Realização do Censo.

Ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Francisco Pereira Furtado, que também coordena a Comissão Multissectorial de Apoio à Realização do Censo

O Instituto Nacional de Estatística de Angola (INE) está comprometido em garantir que todos os grupos demográficos, especialmente os mais vulneráveis — como mulheres, crianças e minorias—sejam representados com precisão nos dados do censo. O ministro Furtado apelou a todos os cidadãos para que participem ativamente neste processo, respondendo às perguntas dos recenseadores, reforçando a responsabilidade coletiva na construção do futuro do país.

Reconhecendo a complexidade da operação censitária e o papel vital da colaboração, o ministro agradeceu aos vários parceiros envolvidos, incluindo o Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA).

 

O UNFPA tem desempenhado um papel crucial no apoio ao INE na transição para a colecta digital de dados do censo. Prestou apoio técnico, logístico e financeiro nas áreas de cartografia, tecnologia da informação, processamento de dados, marketing e comunicação. Além disso, no âmbito de um acordo de empréstimo entre o INE e a Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA), forneceu apoio logístico no transporte de 8.621 tablets de Windhoek, na Namíbia, para Luanda.

Este censo representa uma oportunidade única para Angola mapear com precisão as suas realidades sociais e económicas, permitindo o desenvolvimento de políticas públicas informadas e direcionadas que promovam o bem-estar de toda a população, com particular atenção aos mais vulneráveis. Com o início da recolha de dados em todo o país, Angola dá um passo significativo em direção à tomada de decisões baseada em evidências e ao desenvolvimento inclusivo

Data de Emissão: 18-10-2024 às 07:00
Género(s): Economia, Entrevista
 
PARTICIPANTES

Relacionados