Economia sem makas: Dívidas dos consumidores ameaçam sobrevivência das empresas públicas
As empresas públicas, especialmente as de água e saneamento, enfrentam sérias dificuldades devido às dívidas acumuladas pelos seus clientes. Na Lunda Norte, por exemplo, o presidente do Conselho de Administração, Ídolo Chico, destacou que as dívidas dos clientes estão a prejudicar o funcionamento da empresa.
Este problema também afecta outras entidades públicas, como a Presidência da República, que acumula uma dívida de 36 mil milhões de kwanzas (aproximadamente 40 milhões de dólares). Nas centralidades, cerca de 80% das pessoas não pagam as rendas, mas os serviços não são cortados, o que agrava a situação.
O Ministério da Energia e Águas reconheceu que muitas empresas públicas precisam melhorar os seus sistemas de cobrança, pois actualmente não estão organizadas de forma eficiente para essa tarefa. A inadimplência não afecta apenas as famílias, que muitas vezes não têm recursos para pagar pelos serviços, mas também instituições como escolas e hospitais, que enfrentam dificuldades orçamentais.
Em 2023, a facturação de água atingiu aproximadamente 219,7 mil milhões de kwanzas, mas apenas 11,8 mil milhões foram efectivamente cobrados, evidenciando um grande déficit devido às falhas no sistema de cobrança e à incapacidade financeira dos clientes.
Nas centralidades, muitas famílias também enfrentam dificuldades financeiras para pagar as rendas das casas que lhes foram atribuídas, o que poderia ter sido evitado com uma análise prévia da capacidade financeira das famílias.