Conversas 4.0 da rádio LAC, edição de 28 de Agosto de 2024, com Edilson de Almeida.

O programa de hoje tem como tema: Open Banking “Banca Aberta ou Livre”

Open Banking, ou “Banca Aberta”, é um conceito revolucionário que está começando a ganhar corpo em Angola, apesar de ainda enfrentar desafios significativos em termos de regulamentação.

Este sistema permite a partilha de dados financeiros dos clientes entre instituições financeiras e empresas de pagamento, através de APIs (Interfaces de Programação de Aplicações). Isso facilita, por exemplo, que um cliente possa gerenciar suas várias contas bancárias em uma única plataforma online.

Em Angola, a implementação do Open Banking está directamente ligada à transformação digital do sector financeiro. As autoridades angolanas, particularmente o Banco Nacional de Angola (BNA), estão em processo de finalização da regulamentação complementar necessária para o lançamento desse sistema. Esse passo é crucial para alinhar o país às práticas internacionais e para garantir um ambiente financeiro mais competitivo e seguro.

Os impactos esperados do Open Banking em Angola incluem maior transparência, segurança e confiança no sector financeiro. Além disso, a iniciativa deve fomentar a inovação, permitindo que fintechs e startups desenvolvam novos produtos e serviços que melhorem a experiência do consumidor e aumentem a eficiência das empresas. Entretanto, a falta de um quadro regulatório robusto ainda é um obstáculo significativo para o pleno desenvolvimento dessa tendência no país.

Dados actuais indicam que, enquanto países como o Brasil já avançaram consideravelmente na adopção do Open Banking, Angola ainda está em fase de construção das bases necessárias.

A implementação completa do Open Banking em Angola promete não apenas modernizar o sector financeiro, mas também aumentar a inclusão financeira e melhorar o acesso a serviços bancários por meio da tecnologia.

Em suma, o Open Banking representa uma oportunidade única para Angola modernizar seu sistema financeiro, promover a competitividade e melhorar a qualidade dos serviços oferecidos aos cidadãos. No entanto, o sucesso dessa iniciativa dependerá da rápida adopção de regulamentações adequadas e do fortalecimento da infra-estrutura tecnológica no país.

Aborda sobre o tema:

Virgílio Mendes, consultor estratégico e diretor-geral da EMSA;

Kiesse Canito, co-fundador da TEC-21 África.