Discografia, edição de 12 de Março de 2023 - Bil Whiters

William Harrison Withers, Jr. (Slab Fork, 4 de julho de 1938 – Los Angeles30 de março de 2020) conhecido pelo seu nome artístico Bill Withers, foi um cantor e compositor norte-americano de blues e soul que atuou e gravou de 1970 a 1985. Gravou vários sucessos importantes, incluindo “Lean on Me”, “Ain’t No Sunshine”, “Use Me”, “Just the Two of Us”, “Lovely Day” e “Grandma’s Hands”. Withers ganhou três Grammy Awards e foi indicado para mais quatro. Sua vida foi o tema do documentário Still Bill, de 2009. Ele foi introduzido no Rock and Roll Hall of Fame em 2015.

Juventude e carreira

Withers é o caçula de seis irmãos na pequena cidade de mineração de carvão de Slab Fork, Virgínia Ocidental. Withers tinha treze anos de idade quando seu pai morreu. Gago, foi criado por sua vó em grande parte da infância. Ele se alistou a Marinha dos Estados Unidos aos dezoito anos e atuou por nove anos, período em que ele ficou interessado em cantar e escrever músicas. Dispensado da Marinha em 1965, ele se mudou para Los Angeles em 1967 para tentar uma carreira musical. Só alcançou o objetivo quatro anos depois, quando lançou seu primeiro disco, Just as I Am, que inclui hits como “Grandma’s Hands” e “Ain’t No Sunshine”. Lançou mais seis álbuns em sete anos e afastou-se dos palcos, continuando a atuar como compositor.

Suas canções foram interpretadas por artistas como Michael JacksonAretha FranklinBarbra StreisandDiana RossTom JonesPaul McCartneySting e Mick Jagger e apareceram no cinema e na TV, sendo trilha de filmes como Beleza americanaO guarda-costas e Jerry Maguire, entre outros. Em 2015, foi incluído no Rock and Roll Hall of Fame.

Morte

Withers morreu no dia 30 de março de 2020 devido a problemas cardíacos, aos 81 anos. Ele deixou sua mulher, Marcia, e dois filhos, Todd e Kori.

Data de Emissão: 12-03-2023 às 18:00
Género(s): Musical
 
PARTICIPANTES
Discografia, edição de 09 de Outubro de 2022 - Mario Biondi

Mario Biondi, nascido Mario Ranno (Catânia,[1] 28 de janeiro de 1971), é um cantor italiano.

É filho de Concetta Porto e de Giuseppe Ranno, que também era cantor e usava o nome artístico de Stefano Biondi.

Aos 12 anos, Mario já cantava em coros de igreja e nas praças sicilianas. Mais tarde, aperfeiçoou-se na língua inglesa, que se tornou o seu idioma preferencial no canto. Apaixonado pela soul music, Biondi desenvolveu sua voz escutando discos de Lou RawlsAl Jarreau e Isaac Hayes, obtendo assim um timbre vocal muito semelhante ao daqueles famosos intérpretes de soul jazz mas, principalmente, ao de Barry White.[2]

Mario é pai de oito filhos.

Data de Emissão: 09-10-2022 às 18:00
Género(s): Musical
 
PARTICIPANTES
Discografia, edição de 03 de Julho de 2022

Gilberto Passos Gil Moreira (Salvador26 de junho de 1942) é um cantorcompositormulti-instrumentistaprodutor musicalpolítico e escritor brasileiro, conhecido por sua contribuição na música brasileira e por ser vencedor de prêmios Grammy AwardsGrammy Latino e galardoado pelo governo francês com a Ordem Nacional do Mérito (1997). Em 1999, foi nomeado “Artista pela Paz”, pela UNESCO. Em 2021, foi eleito para a cadeira de número 20 da Academia Brasileira de Letras.

Gil foi também embaixador da ONU para agricultura e alimentação, e ministro da Cultura do Brasil, entre 2003 e 2008, durante partes dos dois mandatos do ex-presidente Lula.

Em mais de cinquenta álbuns lançados, ele incorpora a gama eclética de suas influências, incluindo rockgêneros tipicamente brasileirosmúsica africanafunkmúsica disco e reggae.

Biografia

Gilberto Gil nasceu em 26 de junho de 1942, em Salvador, Bahia. É o primogênito de José Gil Moreira (1913-1991), médico formado pela Universidade da Bahia, e de Claudina Passos Gil Moreira (1914-2013), professora primária. No início da década de 1940, a família residia no Tororó, um bairro modesto de Salvador. Devido a dificuldades em trabalhar, o Dr. José Moreira decidiu mudar-se com a esposa para a cidade de Ituaçu.[7] Posteriormente, o casal saiu de Ituaçu, no interior do estado da Bahia, voltando a Salvador, para que a criança nascesse na capital. Três semanas após o nascimento, a família retornou a Ituaçu, onde Gil passou toda a sua infância.

Em agosto de 1943, nasce sua irmã, Gildina Passos Gil Moreira. Tanto Gilberto quanto Gildina foram alfabetizados pela tia-avó Lídia, professora aposentada da tradicional Escola Marquês de Abrantes e mãe de criação do pai de Gilberto. Enquanto a avó preparava as refeições da família, Gil e sua irmã faziam as tarefas. Gil lembra que o “professor [mais] paradigmático da minha vida, sem dúvida, foi a minha avó. Foi ela, lá em casa, quem me apresentou ao mundo dos livros, do conhecimento, das histórias, o mundo de Monteiro Lobato“.

Aos três anos de idade, o menino já manifestava seu desejo de ser músico, fascinado com os sons da banda local, do sanfoneiro Cinézio e dos cantadores e violeiros – remanescentes dos trovadores medievais, cantam versos de improviso, fazendo desafios entre si, contando estórias e história nos pontos mais longínquos do interior. Era uma das principais fontes de informação da população nordestina do Brasil. Seus versos eram feitos impressos em cordeis. Além disso, Gil também ouvia grandes sucessos das rádios do Rio de Janeiro e nos gramofones da cidade, os álbuns de Orlando SilvaBob Nelson e Luiz Gonzaga.[8][10] Em 1952, aos nove anos de idade, Gilberto e sua irmã mudaram-se para a cidade de Salvador, onde foram admitidos no Colégio Nossa Senhora da Vitória e, no mesmo ano, em uma escola de acordeom, na Academia de Acordeom Regina. A partir de então, passou a receber influências da música de Dorival Caymmi, bem como os novos estilos musicais vindos do sul do país, como jazz.

Em 1960 concluiu o ensino médio e prestou vestibular para cursar engenharia, porém, não foi aprovado. Então, decidiu fazer cursinho, com o objetivo de cursar administração de empresas. No ano seguinte, foi aprovado e passa a estudar na Universidade da Bahia.[1] Durante o curso, Gilberto Gil promoveu e participou em eventos de vanguarda, como o Seminário de Música, dirigido pelo professor e compositor Hans-Joachim Koellreutter, que dá ao jovem o contato com a música erudita contemporânea; conheceu e passou a namorar Belina de Aguiar, (nascida em Salvador, em 26 de maio de 1938), bancária que, mais tarde, tornou professora universitária. Em dezembro de 1964 se formou em administração de empresas, e em janeiro do ano seguinte, mudou-se para São Paulo, com o objetivo de prestar um processo seletivo para a Gessy Lever. Em 29 de maio do mesmo ano, Gilberto Gil casou-se com Belina, que passou a ser chamada Belina de Aguiar Gil Moreira, mudou-se para São Paulo, e começou a trabalhar como trainee na Gessy Lever. Depois de um mês de estada em um hotel, e igual período de tempo em Campinas, mudou-se para Cidade Vargas, bairro do subúrbio da capital paulistana. Ele, então, passou a dividir seu tempo com as responsabilidades do escritório e da música. Em 1966, em Salvador, nasceu a primeira filha de Gil e Belina, Nara de Aguiar Gil Moreira. Um contrato assinado com a Philips fez com que a família mudasse para a cidade do Rio de Janeiro e, tempos depois, em 3 de fevereiro de 1967 nasceu a segunda filha do casal Marília de Aguiar Gil Moreira. Depois de uma viagem ao Recife, Gil voltou ao Rio de Janeiro influenciado pela cultura popular da região. Em março, separou-se de Belinda e, no mês seguinte, passou a viver com a cantora Nana Caymmi. A essa altura, estava sendo empresariado por Guilherme Araújo.

 

Gilberto Gil com sua esposa Flora, durante o 26° Prêmio da Música Brasileira, 2015, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Em novembro de 1968, em meio à efervescência do movimento Tropicalista, fundado por Gil, ele passou a namorar Sandra Barreira Gadelha (“Drão”), ex-bancária em Salvador. Em dezembro ele e Caetano Veloso foram presos, devido ao Ato Institucional nº 5, que cerceou a liberdade artística e dos cidadãos. Ali, Gil adotou uma dieta macrobiótica, e estudou o misticismo oriental. Foi solto em fevereiro, ficando até julho em regime de confinamento, até saírem do país. Nesse meio tempo, Gil conviveu com Duate e o músico e filósofo Walter Smetak. Em março, casa-se com Sandra. Devido à pressão política, Gil e sua esposa foram obrigados a abandonar o País, mudando-se para Londres, onde, em 17 de maio de 1970, nasceu o terceiro filho do cantor, Pedro Gadelha Gil Moreira. Gil morava na 16 Redesdale Street, em Chelsea, mudou-se para Hampton Court. Em 14 de janeiro de 1972, Gil recebeu autorização para voltar ao país com sua família. Em 8 de agosto de 1974, nasceu Preta Maria Gadelha Gil Moreira, quarta filha do cantor, no Rio de Janeiro. Dois anos depois, em 13 de janeiro de 1976, nasceu em Salvador, Maria Gadelha Gil Moreira, filha de Gil e Sandra. Durante uma turnê ao lado de Caetano VelosoGal Costa e Maria Bethânia, Gil foi preso em flagrante por consumo de maconha, em FlorianópolisSanta Catarina. O cantor alegou dependência física e psicológica da droga, e o juiz Ernani Palma Ribeiro, decidiu internar o artista no Instituto Psiquiátrico São José, “Gilberto Gil declarou que gostava da maconha e que seu uso não lhe fazia mal e nem lhe levava a fazer o mal” – palavras do juiz. Em julho de 1978, Gil mudou com a sua família para Los Angeles, nos Estados Unidos, para dar início à produção de um novo trabalho. Em Salvador, durante o mês de janeiro de 1979, o cantor conheceu a comerciária Flora Nair Giordano, e no ano seguinte separou-se de Sandra e em setembro passou a viver com Flora. Em 13 de janeiro de 1985, nasceu Bem Giordano Gil Moreira, primeiro filho do casal, no Rio de Janeiro. Dois anos depois, em 1987, Gil tornou-se presidente da Fundação Gregório de Mattos, e mudou-se para Salvador. Sua família se transferiu para a cidade posteriormente, ali, em 3 de janeiro de 1988, nasce Isabela Giordano Gil Moreira, segunda filha dos dois. Gil casou-se no civil com Flora em 10 de junho de 1988. Ela, agora Flora Giordano Gil Moreira, tornou-se administradora das empresas do artista.

Em 25 de janeiro de 1990, aos dezenove anos de idade, Pedro Gil, filho mais velho do cantor com Sandra, sofreu um acidente de carro e ficou em estado de coma. Pedro era baterista do grupo de rock carioca Egotrip, considerado um extraordinário instrumentista. Ao voltar de São Paulo para o Rio de Janeiro, acabou dormindo ao volante e perdeu o controle do automóvel. O carro bateu em uma árvore na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Curva do Calombo, e capotou diversas vezes. Foi resgatado e levado para o Hospital Beneficência Portuguesa, com uma fratura no crânio e traumatismo crânio-encefálico. Em 2 de fevereiro, depois de oito dias internado na Unidade de Tratamento Intensivo em coma profundo, o jovem instrumentista faleceu.

Um ano depois, em 15 de maio de 1991, seu pai, José Gil Moreira, morreu em Vitória da Conquista, aos 78 anos de idade.[27] Pouco depois, em 27 de agosto de 1991, nasce o terceiro filho de Gil e Flora, José Gil Giordano Gil Moreira. Em 17 de setembro de 2008 nasce sua neta, Flor, filha de Isabela (Bela Gil), em Nova York. Em 23 de fevereiro de 2013, falece sua mãe, Claudina Passos Gil, aos 99 anos de idade, por falência múltipla de órgãos, no Hospital Português, em Salvador.[28]

Em 2009, o cantor obteve a cidadania italiana, por ser casado com Flora Giordano, neta de italianos.

O cantor é pai de oito filhos. Do casamento com Belina de Aguiar Gil Moreira teve: Nara de Aguiar Gil Moreira (1966) e Marília de Aguiar Gil Moreira (3 de fevereiro de 1967). Do casamento com Sandra Barreira Gadelha Gil Moreira, teve Pedro Gadelha Gil Moreira (17 de maio de 1970 – 25 de janeiro de 1990), Preta Maria Gadelha Gil Moreira (8 de agosto de 1974) e Maria Gadelha Gil Moreira (13 de janeiro de 1976). Com Flora Nair Giordano Gil Moreira, teve Bem Giordano Gil Moreira (13 de janeiro de 1985), Isabela Giordano Gil Moreira (3 de janeiro de 1988) e José Gil Giordano Gil Moreira (27 de agosto de 1991).

Em 24 de novembro de 2015 nasce Sol de Maria, filha de Francisco Gil e Laura Fernandez e neta de Preta Gil, sendo a primeira bisneta de Gilberto Gil. Em junho de 2016, ao completar sete meses de vida, Sol de Maria recebe uma canção do bisavô, que recentemente havia deixado o hospital onde estivera internado para tratamento de uma insuficiência renal.

Desde fevereiro de 2016, quando foi diagnosticado com um quadro de hipertensão arterial, Gil já estivera internado por várias vezes no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Posteriormente o artista foi diagnosticado com uma síndrome cardiorrenal – uma combinação de insuficiência renal com insuficiência cardíaca, sendo que o tratamento da doença requer internações mensais, até novembro de 2016

Data de Emissão: 03-07-2022 às 00:18
Género(s): Musical
 
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Edição de 19 ed Junho de 2022
 

Francisco Buarque de Hollanda OMC  • ComIH, mais conhecido como Chico Buarque (Rio de Janeiro19 de junho de 1944), é um músicodramaturgoescritor e ator brasileiro. É conhecido por ser um dos maiores nomes da música popular brasileira (MPB). Sua discografia conta com aproximadamente oitenta discos, entre eles discos-solo, em parceria com outros músicos e compactos.[4]

Escreveu seu primeiro conto aos 18 anos, ganhando destaque como cantor a partir de 1966, quando lançou seu primeiro álbum, Chico Buarque de Hollanda, e venceu o Festival de Música Popular Brasileira com a música A Banda.[5][6][7] Autoexilou-se na Itália em 1969, devido à crescente repressão do regime militar do Brasil nos chamados “anos de chumbo“, tornando-se, ao retornar, em 1970, um dos artistas mais ativos na crítica política e na luta pela democratização no país. Em 1971, foi lançado Construção, tido pela crítica como um de seus melhores trabalhos, e em 1976, Meus Caros Amigos – ambos os discos figuram, por exemplo, na lista dos 100 maiores discos da música brasileira organizada pela revista Rolling Stone Brasil.

Além da notabilidade como músico, desenvolveu ao longo dos anos uma carreira literária, sendo autor de peças teatrais e romances. Foi vencedor de três Prêmios Jabuti: o de melhor romance em 1992 com Estorvo e o de Livro do Ano, tanto pelo livro Budapeste, lançado em 2004, como por Leite Derramado, em 2010. Em 2019, foi distinguido com o Prémio Camões, o principal troféu literário da língua portuguesa, pelo conjunto da obra.[8]

Neto de Cristóvão Buarque de Hollanda e filho de Sérgio Buarque de Hollanda e Maria Amélia Cesário Alvim, Chico é irmão das cantoras MiúchaAna de Hollanda e Cristina.[9] Foi casado por 33 anos (de 1966 a 1999) com a atriz Marieta Severo, com quem teve três filhas, Sílvia Buarque, Helena e Luísa.[10][11]

Biografia

Francisco Buarque de Hollanda nasceu em 19 de junho de 1944 na cidade do Rio de Janeiro, filho de Sérgio Buarque de Hollanda (1902–1982), um importante historiador e jornalista brasileiro, e de Maria Amélia Cesário Alvim (1910–2010), pintora e pianista.[5] Casou-se com Marieta Severo no ano de 1966, com quem teve três filhas: Sílvia Buarque, Luísa Buarque e Helena Buarque. O cantor tem, também, cinco netos.[12] Chico é irmão das cantoras MiúchaAna de Hollanda e Cristina Buarque. Ao contrário da crença popular, o dicionarista Aurélio Buarque de Holanda era apenas um primo distante do seu pai.[9] Nos primeiros versos da sua canção “Paratodos“, Chico Buarque celebra seus ascendentes familiares: O meu pai era paulista / Meu avô, pernambucano / O meu bisavô, mineiro / Meu tataravô, baiano. O “avô pernambucano” ao qual o cantor se refere era paterno: Cristóvão Buarque de Hollanda. Já o “bisavô mineiro”, Cesário Alvim, e o “tataravô baiano”, Eulálio da Costa Carvalho, eram pelo lado materno.

Em 1946, mudou-se para São Paulo, onde o pai assumiu a direção do Museu do Ipiranga. Chico sempre revelou interesses pela música, tal interesse foi bastante reforçado pela convivência com intelectuais como Vinicius de Moraes e Paulo Vanzolini.[13]

Em 1953, Sérgio Buarque de Hollanda, pai do cantor, foi convidado para lecionar na Universidade de Roma. A família Buarque de Hollanda, então, muda-se para a Itália. Chico aprende dois idiomas estrangeiros, na escola fala inglês, e nas ruas, italiano. Nessa época, compõe as suas primeiras marchinhas de Carnaval.[13]

Chico regressa ao Brasil em 1960. No ano seguinte, produz suas primeiras crônicas no jornal Verbâmidas, do Colégio Santa Cruz de São Paulo, nome criado por ele.[14] Sua primeira aparição na imprensa, porém, não foi em relação ao seu trabalho, mas sim policial. Publicada, no jornal Última Hora, de São Paulo, a notícia de que Chico e um amigo furtaram um carro nas proximidades do estádio do Pacaembu para passear pela madrugada paulista foi anunciada com a manchete “Pivetes furtaram um carro: presos”.[15][16]

A 25 de março de 1996, foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique, de Portugal.[17]

Em 1998, o artista foi homenageado no Desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro, pela GRES Estação Primeira de Mangueira, no enredo “Chico Buarque da Mangueira”. A escola verde e rosa dividiu o título de campeã daquele carnaval com a Beija-Flor de Nilópolis.[18][19]

Em 2015, participou da canção “Trono de Estudar”, composta por Dani Black em apoio aos estudantes que se articularam contra o projeto de reorganização escolar do governo estadual de São Paulo. A faixa teve a participação de outros 17 artistas brasileiros: Arnaldo Antunes (ex-Titãs), TiêDado Villa-Lobos (Legião Urbana), Paulo Miklos (Titãs), Tiago IorcLucas Silveira (Fresno), Filipe CattoZélia Duncan, Pedro Luís (Pedro Luís & A Parede), Fernando Anitelli (O Teatro Mágico), André Whoong, Lucas Santtana, Miranda Kassin, Tetê Espíndola, Helio Flanders (Vanguart), Felipe Roseno e Xuxa Levy.[20]

Início de carreira

 

Chico Buarque se apresenta na TV Rio, em 1967.

Chico Buarque chegou a ingressar no curso de Arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo (USP) em 1963.[21] Cursou dois anos e parou em 1965, quando começou a se dedicar à carreira artística. Nesse ano, lançou Sonho de um Carnaval, inscrita no I Festival Nacional de Música Popular Brasileira, transmitida pela TV Excelsior, além de Pedro Pedreiro, música fundamental para experimentação do modo como viria a trabalhar os versos, com rigoroso trabalho estilístico morfológico e politização, mais significativamente na década de 1970.[22] A primeira composição do Chico foi aos 15 anos de idade, Canção dos Olhos (1959). A primeira gravação foi também uma marchinha, “Marcha para um dia de sol”, gravada por Maricene Costa, em 1964.[23]

Conheceu Elis Regina, que havia vencido o Festival de Música Popular Brasileira (1965) com a canção Arrastão, mas a cantora acabou desistindo de gravá-lo devido à impaciência com a timidez do compositor. Chico Buarque revelou-se ao público brasileiro quando ganhou o mesmo Festival, no ano seguinte (1966), transmitido pela TV Record, com A Banda, interpretada por Nara Leão (empatou em primeiro lugar com Disparada, de Geraldo Vandré, interpretada por Jair Rodrigues).[22] No entanto, Zuza Homem de Mello, no livro A Era dos Festivais: Uma Parábola, revelou que “A Banda” venceu o festival. O musicólogo preservou por décadas as folhas de votação do festival. Nelas, consta que a música “A Banda” ganhou a competição por 7 a 5. Chico, ao perceber que ganharia, foi até o presidente da comissão e disse não aceitar a derrota de Disparada. Caso isso acontecesse, iria na mesma hora entregar o prêmio ao concorrente.[24]

No dia 10 de outubro de 1966, data da final, iniciou o processo que designaria Chico Buarque como unanimidade nacional, alcunha criada por Millôr Fernandes.[25]

Canções como Ela e sua Janela, de 1966, começam a demonstrar a face lírica do compositor. Com a observação da sociedade, como nas diversas vezes em que citação do vocábulo janela está presente em suas primeiras canções: JucaJanuáriaCarolinaA Banda e Madalena foi pro Mar. As influências de Noel Rosa podem ser notadas em A Rita, 1965, citado na letra, e Ismael Silva, como em marchas-ranchos.[24]

Festivais de MPB na década de 1960

No festival de 1967, faria sucesso também com Roda Viva, interpretada por ele e pelo grupo MPB-4 — amigos e intérpretes de muitas de suas canções. Em 1968, voltou a vencer outro Festival, o III Festival Internacional da Canção da TV Globo. Como compositor, em parceira com Tom Jobim, com a canção Sabiá. Mas, desta vez, a vitória foi contestada pelo público, que preferiu a canção que ficou em segundo lugar: Pra não dizer que não falei de flores, de Geraldo Vandré.[22]

A participação no Festival, com A Banda, marcou a primeira aparição pública de grande repercussão apresentando um estilo amparado no movimento musical urbano carioca da Bossa nova, surgido em 1957. Ao longo da carreira, o samba e a MPB seriam estilos amplamente explorados.[24]

Trilha-sonora e adaptações de livros

Chico participou como ator e compôs várias canções de sucesso para o filme Quando o Carnaval Chegar e foi diretor musical de Joanna Francesa com Roberto Menescal, com quem compôs a canção-tema, ambos filmes dirigidos por Cacá Diegues.[26] Compôs a canção-tema do longa-metragem Vai trabalhar Vagabundo, de Hugo Carvana — Carvana chegou a modificar o roteiro a fim de usá-la melhor. Faria o mesmo com os filmes seguintes desse diretor: Se segura malandro e Vai trabalhar vagabundo II. Adaptou canções de uma peça infantil para o filme Os Saltimbancos Trapalhões do grupo humorístico Os Trapalhões e com interpretações de Lucinha Lins. Outras adaptações de uma peça homônima de sua autoria foram feitas para o filme Ópera do Malandro, mais um musical cinematográfico. Vários filmes que tiveram canções-temas de sua autoria e que fizeram muito sucesso além dos citados: Bye Bye BrasilDona Flor e seus dois maridos e Eu te amo, os dois últimos com Sônia Braga. Recentemente, chegou a ter uma participação especial como ator no filme Ed Mort.[22] Ele escreveu um livro que virou filme, Benjamim, que foi ao ar nos cinemas em 2003, tendo como intérpretes dos personagens principais Cleo PiresDanton Melo e Paulo José.[25]

Em maio de 2009, é lançado o filme Budapeste com roteiro baseado em livro homônimo de Chico Buarque. No filme, há também a participação especial do escritor.

Teatro e literatura

 

Chico Buarque se apresenta em 1970.

Musicou as peças Morte e vida severina e o infantil Os Saltimbancos. Escreveu também várias peças de teatro, entre elas Roda Viva (proibida), Gota d’ÁguaCalabar (proibida), Ópera do malandro e cinco livros: EstorvoBenjamimBudapeste, Leite Derramado e O irmão Alemão.[25]

Chico Buarque sempre se destacou como cronista nos tempos de colégio; seu primeiro livro foi publicado em 1966, trazendo os manuscritos das primeiras composições e o conto Ulisses, e ainda uma crônica de Carlos Drummond de Andrade sobre A Banda. Em 1974, escreve a novela pecuária Fazenda modelo e, em 1979, Chapeuzinho Amarelo, um livro-poema para crianças. A bordo do Rui Barbosa foi escrito em 1963 ou 1964 e publicado em 1981. Em 1991, publica o romance Estorvo (vencedor do Prêmio Jabuti de melhor romance em 1992[27]) e, quatro anos depois, escreve o livro Benjamim. Em 2004, o romance Budapeste ganha o Prêmio Jabuti de Livro do Ano.[28] Em 2009, lança o livro Leite Derramado, que também recebe o Prêmio Jabuti de Livro do Ano.[28] Em 2016, é anunciada a estreia da versão teatral deste romance pelo Club Noir, estrelada por Helena Ignez e Luiz Päetow.[29] Oficialmente, a vendagem mínima de seus livros é de 500 mil exemplares no Brasil.

Polêmica sobre o Prêmio Jabuti

Tanto Budapeste quanto Leite Derramado venceram o Prêmio Jabuti como Livro do Ano sem terem vencido o mesmo prêmio na categoria Melhor RomanceBudapeste foi o terceiro colocado na premiação de melhor romance de 2004, enquanto Leite Derramado havia sido o segundo colocado em 2010. Após a escolha de 2010, muitas críticas foram feitas à forma de premiação, tendo em vista que, na premiação por categorias, o júri seria composto por especialistas, sendo que na premiação para Livro do Ano, a votação representaria a vontade dos empresários do setor. Os três primeiros colocados de cada categoria concorriam ao prêmio final, de Livro do Ano. Uma petição on line, intitulada “Chico, devolve o Jabuti!”, recolheu milhares de assinaturas. A editora Record (que publicara Se Eu Fechar os Olhos Agora, de Edney Silvestre, vencedor na categoria melhor romance e preterido na votação final) criticou o regulamento do prêmio, alegando que favoreceria pessoas com grande penetração na mídia e seria um desrespeito com o júri especializado e com os próprios autores, anunciando que deixaria de inscrever candidatos ao prêmio.[28] Com a polêmica, foi anunciado que em 2011 apenas os vencedores de cada categoria concorreriam à premiação final.[30]

Programas televisivos

Deixou de participar de programas populares de televisão, tendo problemas com a TV Excelsior, durante o ensaio para o programa do Chacrinha, em que um dos produtores teria feito uma piada com a letra da canção Pedro Pedreiro: “Não dá para esse trem chegar mais cedo, não?” – referindo-se à extensão da letra de sessenta versos. Irritado, Chico foi embora e nunca se apresentou no programa.[24] O executivo Boni proibiu qualquer referência a Chico durante a programação da TV Globo, depois que ambos também tiveram um entrevero, mas por pouco tempo, uma vez que ainda durante a década de 1970 (e o começo da de 80) músicas suas constavam das trilhas de várias telenovelas, como Espelho Mágico e Sétimo Sentido.[31] Ao fim da proibição vários anos depois, Chico aceitou fazer um programa com Caetano Veloso, que contou com a participação de outros artistas.

 

 

Parecer da censura da música Mulheres de Atenas pelo Serviço de Censura de Diversões Públicas em 1976.

 

Parecer da Censura recomendando a proibição da canção “Partido Alto”, de Chico Buarque.

Ameaçado pelo regime militar, esteve autoexilado na Itália em 1969, onde chegou a fazer espetáculos com Toquinho. Nessa época, teve suas canções Apesar de você (que dizem ser uma alusão negativa ao presidente Emílio Garrastazu Médici, mas que Chico sustenta ser em referência à situação) e “Cálice” proibidas pela censura brasileira. Adotou o pseudônimo de Julinho da Adelaide, com o qual compôs apenas três canções: Milagre Brasileiro, Acorda amor e Jorge Maravilha. Na Itália, Chico tornou-se amigo do cantor Lucio Dalla, de quem fez a Minha História, versão em português (1970) da canção Gesù Bambino (título verdadeiro 4 marzo 1943), de Lucio Dalla e Paola Palotino.[24]

Ao voltar ao Brasil, continuou com composições que denunciavam aspectos sociais, econômicos e culturais, como a célebre Construção ou a divertida Partido Alto. Apresentou-se com Caetano Veloso (que também foi exilado, mas na Inglaterra) e Maria Bethânia. Teve outra de suas músicas associada a críticas a um presidente do Brasil. Julinho da Adelaide, aliás, não era só um pseudônimo, mas sim a forma que o compositor encontrou para driblar a censura, então implacável ao perceber seu nome nos créditos de uma música. Para completar a farsa e dar-lhe ares de veracidade, Julinho da Adelaide chegou a ter cédula de identidade e até mesmo a conceder entrevista a um jornal da época.[24]

Uma das canções de Chico Buarque que criticam o regime é uma carta em forma de música, uma carta musicada que ele fez em homenagem a Augusto Boal, que vivia no exílio, quando o Brasil ainda vivia sob a regime militar. A canção se chama Meu Caro Amigo e foi dirigida a Boal, que na época estava exilado em Lisboa. A canção foi lançada originalmente num disco de título quase igual, chamado Meus Caros Amigos, do ano de 1976.[24]

Nordeste já

Valendo-se ainda do filão engajado após o regime militar, cantou, ainda que com uma participação individual diminuta, no coro da versão brasileira de We Are the World, o hit estadunidense que juntou vozes e levantou fundos para a USA for Africa. O projeto de criação coletiva sobre o poema de Patativa do Assaré, Nordeste já (1985) em apoio à causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto com as canções Chega de mágoa e Seca d’água.[24]

Genealogia e parentesco

O pai de Francisco Buarque de Hollanda, Sérgio Buarque de Hollanda, é primo em primeiro grau da mãe de Aurélio Buarque de Hollanda Ferreira, Maria Buarque Cavalcanti Accioly Lins, sendo ambos netos de Manuel Buarque de Gusmão Lima. A avó materna de Aurélio Buarque de Hollanda Ferreira, Luísa Buarque de Hollanda Cavalcanti, é irmã do avô paterno de Francisco Buarque de Hollanda, Cristóvão Buarque de Hollanda. Uma genealogia parcial,[32]

 

Chico Buarque, Geraldo Azevedo e Elba Ramalho em foto de 1980.

Composições que se notabilizaram pela decantação de um “eu lírico” feminino, retratando temas a partir do ponto de vista das mulheres com notável poesia e beleza: esse estilo é adaptado em Com açúcar, com afeto escrito para Nara Leão; continuou nessa linha com belas canções como Olhos nos Olhos e Teresinha, gravadas por Maria BethâniaAtrás da Porta, interpretada por Elis Regina, e Folhetim, com Gal CostaIolanda (versão adaptada de letra original de Pablo Milanés), num dueto com SimoneAnos Dourados – um clássico feito em parceria com Tom Jobim para a minissérie de mesmo nome e “O Meu Amor” para a peça “Ópera do Malandro” interpretada por Marieta SeveroCristina Branco e Elba Ramalho sendo que, para essa última, fez também “Palavra de Mulher”.

Chico Buarque com o músico Henrique Mann, em meados dos anos 1980.

O cantor nunca se negou a oferecer composições originais a seus amigos cantores. Muitas dessas passaram a ter versões definitivas em outras vozes. Além das citadas canções do “eu” feminino de Chico, temos o exemplo da performance de Elis Regina na canção Atrás da Porta e O cio da terra, com gravações de Milton Nascimento e da dupla rural Pena Branca & Xavantinho. Há também interpretações de Oswaldo Montenegro, que, em 1993, lançou o disco Seu Francisco, produzido por Hermínio Bello de Carvalho, e Ney Matogrosso que, em 1996, lançou Um Brasileiro.[24] Neste mesmo ano, o sambista João Nogueira, em parceria do maestro Marinho Boffa, gravaram o disco “Chico Buarque, Letra & Música”, com 14 canções que marcaram a carreira do cantor.

Deve-se mencionar ainda seu êxito em outras composições que fez para cantores populares que não estavam em destaque, como nos casos de Ângela Maria, que gravou Gente Humilde, e Cauby Peixoto com Bastidores. Dentre os artistas que regravaram músicas suas em estilo popular, podem ser citados ainda Rolando Boldrin, que relançou Minha História, e a banda Engenheiros do Hawaii que, no ano 2000, gravou Quando o Carnaval Chegar, no álbum 10 000 Destinos.

Parceiros

Desde muito jovem, Chico conquistou reconhecimento de crítica e público tão logo os primeiros trabalhos foram apresentados. Ao longo da carreira, foi parceiro como compositor e intérprete de vários dos maiores artistas da MPB como Tom JobimVinícius de MoraesToquinhoMilton NascimentoRuy Guerra e Caetano Veloso. Os parceiros mais constantes são Francis Hime e Edu Lobo.

O cantor, homenageado pela Mangueira, durante o Desfile das Escolas de Samba do Rio de Janeiro de 1998 no Sambódromo da Marquês de Sapucaí.

Em 1965, a pedido de Roberto Freire, diretor do Teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (TUCA), na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Chico musicou o poema Morte e Vida Severina de João Cabral de Melo Neto, para a montagem da peça.[24] Desde então, sua presença no teatro brasileiro tem sido constante:[25]

Roda viva

A peça Roda viva foi escrita por Chico Buarque no final de 1967 e estreou no Rio de Janeiro, no início de 1968, sob a direção de José Celso Martinez Corrêa, com Marieta Severo, Heleno Pests e Antônio Pedro nos papéis principais. A temporada no Rio foi um sucesso, mas a obra virou um símbolo da resistência contra o regime militar durante a temporada da segunda montagem, com Marília Pêra e Rodrigo Santiago. Um grupo de cerca de 110 pessoas do Comando de Caça aos Comunistas (CCC) invadiu o Teatro Galpão, em São Paulo, em julho daquele ano, espancou artistas e depredou o cenário. No dia seguinte, Chico Buarque estava na plateia para apoiar o grupo e começava um movimento organizado em defesa de Roda viva e contra a censura nos palcos brasileiros. Chico disse no documentário Bastidores, que pode ter havido um erro, e que a peça que o comando deveria invadir acontecia em outro espaço do teatro.

Calabar

Calabar: o Elogio da Traição, foi escrita no final de 1973, em parceria com o cineasta Ruy Guerra e dirigida por Fernando Peixoto. A peça relativiza a posição de Domingos Fernandes Calabar no episódio histórico em que ele preferiu tomar partido ao lado dos holandeses contra a coroa portuguesa. Era uma das mais caras produções teatrais da época, custou cerca de 30 mil dólares e empregava mais de 80 pessoas. Como sempre, a censura do regime militar deveria aprovar e liberar a obra em um ensaio especialmente dedicado a isso. Depois de toda a montagem pronta e da primeira liberação do texto, veio a espera pela aprovação final. Foram três meses de expectativa e, em 20 de outubro de 1974, o general Antônio Bandeira, da Polícia Federal, sem motivo aparente, proibiu a peça, proibiu o nome “Calabar” e proibiu que a proibição fosse divulgada. O prejuízo para os autores e para o ator Fernando Torres, produtores da montagem, foi enorme. Seis anos mais tarde, uma nova montagem estrearia, desta vez, liberada pela censura.[25]

Gota d’água

Em 1975, Chico escreveu com Paulo Pontes a peça Gota d’Água, a partir de um projeto de Oduvaldo Viana Filho, que já havia feito uma adaptação de Medeia, de Eurípedes, para a televisão. A tragédia urbana, em forma de poema com mais de quatro mil versos, tem como pano de fundo as agruras sofridas pelos moradores de um conjunto habitacional, a Vila do Meio-dia, e, no centro, a relação entre Joana e Jasão, um compositor popular cooptado pelo poderoso empresário Creonte. Jasão termina por largar Joana e os dois filhos para casar-se com Alma, a filha do empresário. A primeira montagem teve Bibi Ferreira no papel de Joana e a direção de Gianni RattoLuiz Linhares foi um dos atores daquela primeira montagem.[25]

Ópera do malandro
Ver artigo principal: Ópera do Malandro

O texto da Ópera do malandro é baseado na Ópera dos mendigos (1728), de John Gay, e na Ópera de três vinténs (1928), de Bertolt Brecht e Kurt Weill. O trabalho partiu de uma análise dessas duas peças conduzida por Luís Antônio Martinez Corrêa e que contou com a colaboração de Maurício Sette, Marieta Severo, Rita Murtinho e Carlos Gregório.[25] A equipe também cooperou na realização do texto final através de leituras, críticas e sugestões. Nessa etapa do trabalho, muito valeram os filmes Ópera de três vinténs, de Pabst, e Getúlio Vargas, de Ana Carolina, os estudos de Bernard Dort O teatro e sua realidade, as memórias de Madame Satã, bem como a amizade e o testemunho de Grande Otelo. Participou ainda o professor Manuel Maurício de Albuquerque para uma melhor percepção dos diferentes momentos históricos em que se passam as três óperas. O professor Werneck Viana contribuiu posteriormente com observações muito esclarecedoras. E Maurício Arraes juntou-se ao grupo, já na fase de transposição do texto para o palco. A peça é dedicada à lembrança de Paulo Pontes.

O Grande Circo Místico
Ver artigo principal: O Grande Circo Místico

Inspirado no poema do modernista Jorge de Lima, Chico e Edu Lobo compuseram juntos a trilha sonora para este espetáculo especialmente criado para o Balé Teatro Guaíra, de Curitiba, que estreou em 17 de março de 1983.[34] Durante os dois anos seguintes, viajaram o país apresentando este que foi um dos maiores e mais completos espetáculos já realizados. Um disco coletivo foi lançado pela Som Livre para registrar a obra, com interpretações de grandes nomes da MPB.

Data de Emissão: 19-06-2022 às 18:00
Género(s): Musical
 
PARTICIPANTES
Edição de 08 de Maio de 2022
 

Edição com os produtores Sul Africanos Gavan Eckhart e Garrick Van Der Tuin, Eles formam o Projeto MPEMBA EFFECT, e nos dão o Album AMBIENT AFRIQUE. Album lançado a 7 de Novembro de 2007, comporta 12 faixas musicais.

Data de Emissão: 08-05-2022 às 18:00
Género(s): Musical
 
PARTICIPANTES
Discografia com Lura
 

Edição com a cantora Cabo Verdiana Lura.

Maria de Lurdes Assunção Pina – que veio a adotar o nome artístico de Lura – nasceu a 31 de julho de 1975, na Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa. Filha de pais cabo-verdianos, a mãe nascida em Santo Antão e o pai em Santiago, Lura foi a primeira de quatro irmãos e acabou por ser a única artista da família, uma alma impregnada de duas culturas bem presentes na sua vida, nas suas melodias e no seu percurso artístico: a portuguesa e a cabo-verdiana.

Mas Lura foi também, desde cedo, uma lutadora, muito reflexo da sua condição de irmã mais velha e filha de pais separados, sentindo sempre a responsabilidade de lutar ao lado da sua mãe para dar aos irmãos uma vida feliz, acabando ela muitas vezes por abdicar da sua própria infância, da infância natural de qualquer criança feliz.

Mesmo assim sempre conseguiu passar pelos momentos mais críticos da sua vida com um sorriso rasgado, sem mágoas e sem rancores. Cresceu num bairro social, sabendo que o local onde vivia não faria dela uma pessoa perdedora ou resignada, ganhando antes a perspetiva de que a determinação, o trabalho e a perseverança seriam a brisa para uma bela história de vida.

A menina atleta, a bailarina ou a cantora

Lura estudou e, na verdade, quase se perdeu uma cantora de reconhecido mérito internacional e talvez a atual expressão maior da cultura cabo-verdiana para se ganhar uma atleta de alta competição ou uma bailarina. E isto porque a sua determinação, empenho e profissionalismo só podiam colocá-la como uma das melhores, fosse em que atividade fosse, mas para infortúnio dos amantes do desporto e da dança e para a sorte dos apaixonados pela música a Lura seguiu o caminho das notas musicais.

Tudo começou com Juka, cantor de São Tomé, quando a convidou a participar no seu disco. “Eu tinha dezassete anos e era suposto eu fazer apenas coros mas, no final, Juka pediu-me para cantar um dueto com ele. Eu nunca pensei cantar mas ele insistiu e…” relembra Lura. E terá sido então que a pequena Lura percebeu que tinha uma voz com um tom profundo e sensual, apesar de não se sentir suficientemente focada para levar a música assim tão a sério, mesmo com o enorme sucesso do tema. E assim lá decidiu continuar a seguir o seu sonho de viver para o Desporto e para a Dança.

Quando tinha 21 anos, um produtor português ajudou-a a gravar o seu primeiro álbum, um disco de dança direcionado à sua geração. Apesar do cariz comercial do álbum, a música “Nha Vida” (Minha Vida) viria a ser alvo de grande atenção, ao ser incluída no disco Red Hot + Lisbon, em 1997. E é nesta fase da sua vida (e também por força de uma lesão que sofreu) que começa definitivamente a vida de Lura no mundo da música e espetáculo.

O tremendo sucesso de “Na Ri Na”

Corria o ano de 2000 quando a Lusafrica – Editora e label da reconhecida Diva Cesária Évora – descobriu Lura, por força do seu dueto com Bonga no tema “Mulemba Xangola”, e assinou com a artista, produzindo, em 2004, Di Korpu Ku Alma (De Corpo e Alma), o primeiro disco verdadeiramente Cabo-verdiano de Lura, que rapidamente galgou todas as fronteiras devido ao tremendo sucesso de “Na Ri Na”. Em 2005, o álbum foi lançado em mais de 10 países, incluindo os EUA. Refira-se, por exemplo, o caso de Itália, onde ficou entre os mais vendidos durante o Verão, ou Inglaterra, onde foi nomeado para os BBC World Music Awards.

Sobre Di Korpu Ku Alma, o escritor José Eduardo Agualusa escreveu: “…o futuro da música cabo-verdiana já tem nome e esse nome é Lura”, ao mesmo tempo que o jornal britânico The Independent afirmava: “… quando sua carreira internacional descolar, esta menina vai encher estádios”.  

Já em 2006 e em França, Lura foi nomeada para os “Victoires de la Musique”, na categoria de melhor álbum e com o seu novo disco M’bem di Fora (Venho de Fora), editado em Novembro de 2006, viajou por todo o mundo e conquistou um público cada vez mais fiel e atento à sua música. Três anos mais tarde, Eclipse veio a confirmar o imenso talento da cantora, uma joia da nova geração da música cabo-verdiana, que ainda assim afirmava: “…a minha carreira é uma surpresa constante, desde a descoberta da minha voz na adolescência até hoje. Eu vivo o dia-a-dia, mas de uma coisa tenho a certeza, que cantarei para o resto da minha vida…”.

Em 2010, a Lusafrica editou The Best of Lura, um álbum que reuniu os seus melhores temas e incluiu “Moda Bô”, o tema de sua autoria dedicado à Diva dos Pés Descalços e gravado em dueto. O álbum incluiu ainda um DVD com um concerto de Lura filmado pela RTP. E como qualquer outro artista e amigo, Lura ficou desolada quando Cesária Évora faleceu, em Dezembro de 2011. Um ano depois, prestou-lhe uma sentida homenagem em sua memória com o tema “Nós Diva”, apenas divulgado no YouTube.

Um retorno “às origens” e o regresso a Lisboa

Decidida a vivenciar a realidade de Cabo-Verde, Lura tomou a decisão de se mudar para a cidade da Praia, fortalecendo laços com músicos e compositores do arquipélago, mas continuando a atuar por todo o mundo para alegria dos seus fans. O regresso ao estúdio para a gravação do álbum Herança aconteceu um ano depois, no início de 2015. Vibrante, tremendamente dançável e puramente cabo-verdiano, Herança foca a real energia do arquipélago, o compasso e ritmo do funaná, em temas como “Maria di Lida”, “Sabi di Más” e “Ness Tempo di Nha Bidjissa”.

Herança retrata a intensidade Cabo-verdiana, das suas gentes, tradições e da sua música na mais melodiosa e carismática voz de toda uma geração. Na voz de Lura, cada tema do disco é a redescoberta da essência da mestiçagem e da música tradicional crioula feito canto universal, no segredo mais bem guardado de continente africano: o arquipélago de Cabo Verde.

Já em 2018 – ano muito importante na sua vida que marcou o regresso a Lisboa já com a sua primeira filha com dois anos – Lura publicou um EP que continha o tema “Alguem di Alguem”, um funaná bem ritmado e frenético, e um dueto com Gael Faye, numa nova versão da canção de Teófilo Chantre “Crepuscular Solidão” em homenagem à Cesária Évora. Este foi o tema que os dois artistas interpretaram, pela primeira vez e ao vivo, na edição 2018 do Festival Sakifo, na ilha de La Réunion.

Em 2021, Lura inicia uma “revolução” na sua vida: muda de manager e equipa entregando a Miguel Garcia (manager) e à Lisboa Amsterdam a responsabilidade de mudar a sua vida. Para além disso, inicia ainda a produção e gravação de um novo álbum que querer honrar a premonição do jornal britânico The Independent: “… quando a sua carreira internacional descolar, esta menina vai encher estádios”. O novo álbum que teve a produção do jovem mas já valioso produtor português Agir, promete cumprir a celebração da cultura Luso-Africana, sem descurar a mais importante a atual das suas identidades, a da cantora Lura. Outubro de 2021 é a data prevista para o lançamento do aguardado novo álbum. 2021 é também o ano da celebração dos seus 25 anos de carreira.

Data de Emissão: 13-03-2022 às 18:00
Género(s): Musical
 
Edição Com Bob Marley
 

Edição Discografica com

Robert Nesta Marley, mais conhecido como Bob Marley,(Nine Mile, 6 de fevereiro de 1945Miami, 11 de maio de 1981), foi um cantor, guitarrista e compositor jamaicano, o mais conhecido músico de reggae de todos os tempos, famoso por popularizar internacionalmente o gênero. Marley já vendeu mais de 75 milhões de discos.

Sua obra tratava principalmente de temas político-sociais e espirituais. Dedicado a protestar contra injustiças sociais, Bob Marley é mundialmente celebrado como a voz dos pobres e oprimidos, sendo considerado um símbolo de resistência negra, espiritualidade e luta por justiça social. Suas músicas denunciavam o racismo, a desigualdade social, o colonialismo e a guerra. Devoto do movimento religioso Rastafári, a vida e a obra de Bob Marley foram profundamente influenciadas por sua fé. Sua música serviu de porta-voz às convicções e temas da fé Rastafári, como as interpretações afrocêntricas da Bíblia e o pan-africanismo. A África e seus problemas, como a miséria e a colonização europeia, foram também assuntos muito abordados em suas músicas.

A coletânea Legend, lançada três anos após sua morte e que reúne algumas das músicas menos militantes do artista, é o álbum de reggae mais vendido da história. Bob foi casado com Rita Marley (de 1966 até a morte), uma das I Threes, trio de backing vocals que passaram a cantar com o The Wailers, banda de Marley, após o grupo ter alcançado sucesso internacional. Ela foi mãe de quatro de seus doze filhos (entre eles, dois adotados), a exemplo dos renomados Ziggy Marley e Stephen Marley. Outros de seus filhos também seguiram carreira musical, como Ky-Mani Marley, Julian Marley e Damian Marley. Bob Marley foi eleito pela revista Rolling Stone o 11º maior artista da música de todos os tempos.
Após a tournée europeia, com uma vasta agenda marcada, Bob Marley e a banda partiram para os Estados Unidos, quando fizeram dois shows no Madison Square Garden. Durante a segunda apresentação, Bob passou mal no palco e começou a ser averiguado o que se passava com o ídolo do reggae. Bob, embora com problemas de saúde, chegou a fazer ainda mais um show em Pittsburgh, no dia 23 de setembro de 1980 (último show de Bob Marley), mas logo o mundo recebeu a triste notícia de que o astro do reggae sofria de uma espécie de cancro de pele chamado melanoma lentiginoso acral, um dos vários tipos de melanoma, que se desenvolveu na unha do dedão do pé. Os médicos aconselharam-no a amputar o dedo, porém Marley recusou-se a fazê-lo devido à sua filosofia rastafári, de que o corpo é um templo que ninguém pode modificar (motivo pelos quais os rastas deixam crescer a barba e os dreadlocks). Ele também estava preocupado com o impacto da operação em sua dança; a amputação afetaria profundamente sua carreira no momento em que se encontrava no auge.
Em maio de 1981, quando o Dr. Joseph Issels anuncia que nada mais poderia ser feito, Bob Marley já abatido pela doença, resolveu retornar para sua casa na Jamaica para passar seus últimos dias junto à família e amigos. Ele não conseguiu completar a viagem, tendo que ser internado em um hospital de Miami. Faleceu pouco antes do meio-dia de 11 de maio de 1981, menos de 40 horas depois de deixar a Alemanha.

Data de Emissão: 13-02-2022 às 18:00
Género(s): Musical
Tópicos(s): Bob Marley, Piter To, The Willes
Edição com Oliver Ntukudzi
 

Edição com o musico Zimbabuano Oliver Ntukudzi. 

Data de Emissão: 23-01-2022 às 18:00
Género(s): Musical
Tópicos(s): Oliver Ntukudzi, Zimbabuano
Edição de 02 de Janeiro de 2022

Primeira edição do ano com temas Angolanos

Data de Emissão: 02-01-2022 às 18:00
Género(s): Musical
Tópicos(s): temas Angolanos
PARTICIPANTES
Edição de 21 de Novembro de 2021

Edição de 21 de Novembro, parabeniza o Músicbo brasileiro Fabio Jr., pos estás a completar mais um ano de vida.

Data de Emissão: 21-11-2021 às 18:00
Género(s): Musical
Tópicos(s): Fabio Jr.
Discografia, Edição com Né Gonçalves

Discografia, Edição de 14 de Novembro de 2021, com Né Gonçalves e o seu Album SEMBAMAR.

 

 

Data de Emissão: 14-11-2021 às 18:00
Género(s): Musical
Tópicos(s): Né Gonçalves, Sembamar
PARTICIPANTES
Discografia Com Barry White
 
Data de Emissão: 2021-10-24 00:00:18
Género(s): Musical
Tópicos(s): Barry White
PARTICIPANTES
Discografia, Edição de 3 de Janeiro de 2021

Edição em Homenagem a CARLOS DO CARMO, pelo seu passamento físico.

Data de Emissão: 03-01-2021 às 18:00
Género(s): Musical
Tópicos(s): Morte de CARLOS DO CARMO
PARTICIPANTES

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