Viver Saúde, edição com o tema "O impacto do divórcio no desenvolvimento psicólogico e comportamental das crianças"

Viver Saúde, com Edilson Almeida, edição de 19 de Agosto de 2024.

Tema: O impacto do divórcio no desenvolvimento psicológico e comportamental das crianças

O divórcio pode causar um impacto profundo no desenvolvimento psicológico e comportamental das crianças. Estudos recentes indicam que cerca de 40-50% dos casamentos nos Estados Unidos terminam em divórcio, afectando aproximadamente 1 milhão de crianças por ano.

Em Angola, embora os dados específicos sobre a taxa de divórcio sejam limitados, observa-se um aumento gradual nos últimos anos, acompanhando tendências globais. Para as crianças, essa ruptura na estrutura familiar pode gerar sentimentos de insegurança, ansiedade e, em casos mais graves, depressão, especialmente quando o divórcio é caracterizado por conflitos intensos entre os pais.

Do ponto de vista psicológico, crianças que experienciam o divórcio dos pais têm 60% mais chances de desenvolver problemas emocionais, como baixa auto-estima e dificuldades de confiança, em comparação com aquelas que crescem em lares estáveis.

Além disso, estudos mostram que cerca de 25% dessas crianças apresentam sinais de problemas de comportamento, como hiperactividade e agressividade, muito acima dos 10% observados entre crianças de famílias intactas.

A instabilidade emocional decorrente do divórcio pode afectar negativamente o desempenho escolar, com cerca de 20% das crianças enfrentando dificuldades académicas significativas.

Comportamentalmente, as reacções ao divórcio variam conforme a idade e a personalidade da criança.

Crianças mais novas podem apresentar regressões, como chupar o dedo ou fazer xixi na cama, enquanto adolescentes podem adoptar comportamentos mais rebeldes ou até mesmo desenvolver transtornos alimentares.

Em alguns casos, a busca por atenção pode se manifestar através de comportamentos desafiadores, reflectindo o tumulto emocional interno que a criança está enfrentando. Dados indicam que adolescentes de famílias divorciadas têm 50% mais probabilidade de se envolver em actividades delinquentes, comparado aos seus pares de famílias intactas.

O apoio adequado durante o processo de divórcio é crucial para mitigar os impactos negativos no desenvolvimento das crianças. Pesquisas mostram que crianças que recebem suporte psicológico e têm uma comunicação aberta com os pais após o divórcio apresentam menos problemas de ajustamento e maior resiliência.

Estima-se que a presença de um ambiente familiar positivo e de suporte pode reduzir em até 30% as chances de problemas emocionais e comportamentais a longo prazo.

Por fim, apesar dos desafios, o impacto negativo do divórcio pode ser minimizado através de intervenções apropriadas. Pais que conseguem manter uma relação amigável e estável após a separação contribuem significativamente para a adaptação saudável das crianças.

Estudos revelam que cerca de 75% das crianças de pais divorciados se ajustam bem a longo prazo, principalmente quando os pais continuam envolvidos de maneira positiva em suas vidas.

 

Convidado: Lucamba Joaquim

Data de Emissão: 19-08-2024 às 11:00
Género(s): Programa de autor
 
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