Discurso de João Lourenço Cuanza Sul-Sumbe

MPLA Apresenta Manifesto eleitoral e Programa de Governo no Cuanza Sul

ACTO POLÍTICO DE MASSAS I CUANZA SUL

DISCURSO DO PRESIDENTE DO MPLA, JOÃO LOURENÇO

Sumbe, 27 de Julho de 2022.
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Bom dia, povo do Sumbe!
– BOM DIA!

Bom dia, povo do Cuanza Sul!
– BOM DIA!

Bom dia, Angola!
– BOM DIA!

De Cabinda ao Cunene, um só!
– POVO!

Uma só!
– NAÇÃO!

Viva o nosso Glorioso MPLA!
– VIVA!

Viva Angola!
– VIVA!

Que vivam para sempre os ensinamentos do saudoso Presidente António Agostinho Neto! Viva!
– VIVA!

Caros camaradas,
Em todas as funções de responsabilidade, regra geral, os chefes têm um adjunto, alguém que lhes auxilia a reflectir sobre os problemas da função, que lhes ajuda a encontrar as melhores soluções para os problemas que, obviamente, no exercício das nossas funções surgem todos os santos dias.

É assim ou não é?
– ÉÉÉ!

Aqui há muitos chefes, de vários níveis! Têm ou não têm um adjunto?
– TÊM!

Às vezes, mais do que um, não é?

-SIM!

A nível do Partido, este problema está resolvido. Eu tenho um adjunto, que é uma senhora: a camarada Luísa Damião, que está aqui presente, que é a Vice-Presidente do MPLA.

A nível do Estado, e para este mandato que se aproxima, nós também já escolhemos o nosso adjunto, aquele que vai, com o seu trabalho, aliviar-nos do peso da responsabilidade.

E esse adjunto, e não é por mera coincidência, também é uma senhora. Temos uma senhora no Partido e, para o Estado, para ajudar o Presidente da República, escolhemos a camarada Esperança Costa, que eu apresento perante a população do Cuanza Sul.

[Saudação à Candidata]

É óbvio que, neste exacto momento, ela ainda não é a Vice-Presidente da República. Mas os camaradas sabem o que é que temos de fazer para garantir que ela, dentro dos próximos dias, passe a ser efectivamente a Vice-Presidente da República de Angola.

Sabem ou não sabem?
-SABEMOS!

O que é que têm que fazer?
– VOTAR NO 8!

É votar no 8! É votar no MPLA! Se votarem no 8, votarem no MPLA, obviamente que a camarada Esperança Costa vai ser, muito em breve, a Vice-Presidente da República de Angola.
Portanto, queremos ou não queremos completar o nosso trabalho da promoção da Mulher?
– QUEREMOS!

Ter uma mulher Vice-Presidente no Partido, ter outra mulher Vice -Presidente no Estado, na República…Queremos ou não queremos?
– QUEREMOS!

Queremos, sim, porque elas merecem! Elas trabalham tanto ou mais do que nós. Mas, muitas vezes, nós nos esquecemos disso e só promovemos os homens, o que acaba por ser uma injustiça, uma injustiça que nós já estamos a corrigir.

Nós realizámos o nosso Congresso há pouco tempo e, nesse Congresso, atingimos aquilo que se chama paridade. Ou seja, a nível do Comité Central eleito nesse Congresso, fizemos com que o número de homens e o número de mulheres, membros do Comité Central, fosse exactamente igual. Até creio que há uma mulher a mais. As senhoras estão a ganhar-nos, pelo menos por um! Portanto, vamos votar no 8, vamos votar no MPLA.

Caros camaradas,
O Camarada Job Capapinha, Primeiro Secretário Provincial do Cuanza Sul, referiu-se ao sucesso dos projectos que estão a ser cobertos no âmbito do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios. Está a fazer-se um pouco de tudo nos municípios desta província, na área da Educação, da Saúde, das vias, para facilitar a circulação das pessoas e dos bens. Mas, não é só o PIIM que está a fazer isso. Há outros projectos que estão fora do âmbito do PIIM e que têm o mesmo objectivo de trazer o bem-estar às populações desta província.

A província do Cuanza Sul tem a particularidade de estar localizada num ponto de passagem obrigatória para ligar várias províncias. É pelo Cuanza Sul que se passa – quem vem do norte tem de passar pelo Cuanza Sul – para atingir Benguela, para atingir a Huíla, para atingir o Cunene. É pelo Cuanza Sul que se passa para atingir o Huambo, por uma outra estrada nacional. Também é pelo Cuanza Sul que se passa para se chegar ao Bié, a Malanje, ao Cuanza Norte.

Portanto, a província do Cuanza Sul é uma província que tem uma rede rodoviária extensa e de extrema importância, pelo facto de fazer a ligação com o resto do País. Por essa razão, nós, o Executivo, temos o dever de prestar atenção às vias rodoviárias desta província do Cuanza Sul. É assim que fizemos a intervenção na estrada que liga a comuna do Condé ao Ebo.

Os que são do Condé e do Ebo, que estão aqui presentes, confirmam ou não confirmam?
A ligação está feita com uma estrada asfaltada, que sempre existiu, mas que estava em mau estado de conservação. Fizemos igualmente neste mandato a estrada asfaltada que liga Gabela a Quilenda, o Município da Gabela ao Município da Quilenda, com a perspectiva de darmos continuidade, não parar na Quilenda, continuar, passando por Dala Cachibo e fazer a ligação na localidade do Kizou, com a Estrada Nacional que nos leva ao Waco-Kungo e ao Huambo.

Portanto, este troço que está em falta, Quilenda- Kizou, vai ser construído. Vamos encurtar, quem vier de Calulu, por exemplo, e quiser vir até à Gabela, não precisa ir até à Quibala para depois subir para Gabela. Vai passar a utilizar esta via: Kizou – Quilenda – Gabela; isso vai facilitar a vida às pessoas.

Todos nós conhecemos a importância do Mussende, do Município do Mussende. A via que ligava o Mussende à Quibala também não estava boa. Como é que está hoje? Está uma pista, como se diz, não é?

– ÉÉÉ!
Hoje é fácil sair-se da Quibala, sede do município, para o Mussende, porque a partir do Mussende temos outras ligações: ou para Malanje ou para o Bié.

Fizemos ainda a estrada Sumbe – Rio Evale. Essa via de comunicação também foi reabilitada, tudo isso para facilitar a circulação dentro da província, circulação de pessoas e de bens, aqui no Cuanza Sul.
Fizemos ainda, em termos de infra-estruturas, a estabilização da costa, aqui bem próximo, no Porto Amboim. A costa estava ameaçada pela erosão do mar, por aquilo que vulgarmente chamamos calemas. As calemas estavam a ameaçar, inclusive, a continuidade da Estrada Nacional que nos liga a Luanda. Essa Estrada Nacional, que passa por aqui ao lado e que nos leva até Luanda, estava ameaçada, porque havia erosão marítima e este problema ficou resolvido.
Fizemos ainda aqui, na Estrada Nacional 120, a reabilitação da estrada Munenga-Rio Quimone, ali no município do Libolo. Fizemos igualmente a reabilitação da estrada que liga o Rio Quimone ao Mamene, a conhecida localidade do Mamene. Isto também foi feito.

Continuando a falar da Estrada Nacional 120, que tem vários troços, o troço Waco- Kungo/Ponte sobre o Rio Keve também foi reabilitado. É um troço muito importante para a circulação de pessoas e de bens.

Nós estamos aqui – continuando a falar de infra-estruturas -, muito próximo da Centralidade de Quibaúla, esta centralidade que veio resolver o problema de habitação de muitos habitantes aqui da Cidade do Sumbe. Colocámos esta centralidade aqui neste platau, porque entendemos que a Cidade do Sumbe, a partir de onde está localizada, já não tem espaço para expansão. E se queremos ter uma visão sábia do desenvolvimento desta província, devemos colocar todo o novo investimento em infra-estrutura aqui neste platau, e não ali onde está a cidade do Sumbe. É assim que aqui temos a Centralidade, teremos aqui o novo Hospital Geral do Sumbe. Portanto, a nova visão de desenvolvimento para a cidade do Sumbe vai estender-se sobretudo para aqui neste platau.

Mas, com a sinceridade que nos é característica, também apontamos aquilo que ainda não está feito. E não está feito, porque efectivamente não se consegue fazer tudo de uma vez. Não está feito, mas vai ser feito, vai ser feito agora neste mandato que começa dentro de dias. Nomeadamente, vamos reabilitar a estrada que sai da Ponte sobre o Rio Longa para a Ponte sobre o Rio Keve, nesta Estrada Nacional 100, que é de extrema importância. É um troço cuja construção vai resolver o problema, não apenas da circulação interna aqui do Cuanza Sul, mas vai resolver o problema da ligação com as províncias vizinhas, nomeadamente com a província de Benguela, a Sul, e com a província de Luanda, a Norte.

Neste exacto momento, estamos a fazer a intervenção para termos pontes em condições sobre estes dois importantes rios da província: sobre o Rio Longa e sobre o Rio Keve. São rios grandes, rios largos, cujas pontes são verdadeiras obras de arte e, neste momento, já estamos a intervir no sentido de garantir a segurança da circulação rodoviária por onde passam meios de toda tonelagem, inclusive camiões de longo curso e que carregam 30 toneladas e às vezes mais.

Nós fizemos, neste mandato, a electrificação da cidade do Waku Kungo, assim como da cidade da Quibala. A energia, nessas duas cidades, melhorou ou não melhorou?

– MELHOROU.

Há aqui camaradas que são do Waku Kungo, que são da Quibala, com certeza confirmam que o problema de energia nessas duas cidades está praticamente resolvido, ou pelo menos melhorado significativamente.

Construímos as linhas de média e baixa tensão, que ligam Cambambe à cidade de Calulu, no Município do Libolo, isso para garantir que haja energia mais segura naquela importante cidade.

Caros Camaradas,
Há duas obras que nós colocámos agora na lista das prioridades deste segundo mandato. E quando digo que colocámos na lista das prioridades, é porque efectivamente já encontrámos a solução para a execução desses dois projectos que vou citar. Repito, já encontrámos a solução! E quando digo solução, estou a referir-me à solução financeira, porque sem dinheiro não se faz nada. Os projectos custam dinheiro, como é óbvio, e se eles estiveram parados durante esse tempo, foi porque encontrámos constrangimentos de ordem financeira. Estou a referir-me às infra-estruturas integradas da cidade do Sumbe, que estão muito degradadas, e muito degradadas devido à excessiva utilização das ruas interiores da cidade, pela camionagem que liga a cidade de Luanda às cidades do Lobito, Benguela, Lubango e Cunene.

As estradas nacionais não devem passar dentro das cidades. Então, só resolver o problema das infra-estruturas integradas do Sumbe é não fazer o suficiente. É resolver um problema hoje, mas se não tratarmos das causas deste problema, é uma questão de tempo: quatro, cinco anos depois, vamos ter de refazer essas infra-estruturas integradas.

Para evitar isso, vamos ter de fazer dois investimentos que, aliás, estão previstos, estão programados, só não foram feitos pelas razões que eu já citei. Ou seja, vamos intervir, quase que em simultâneo, nas infra-estruturas integradas do Sumbe mas, também, e necessariamente, na Circular do Sumbe.

Portanto, caros camaradas, a nível do Executivo, as decisões estão tomadas, a mobilização de recursos está sendo feita e muito em breve vamos retomar as obras destes dois grandes projectos de capital importância, não apenas para a província, mas para o País. Embora estejam localizadas aqui, a sua importância não é apenas a nível do Cuanza Sul, mas vão beneficiar a economia do nosso País.

Caros camaradas,
Nestes 30 dias de campanha eleitoral, os partidos concorrentes – e, como os camaradas sabem, são oito -, podem falar uma hora, duas horas, podem fazer campanha porta a porta, ou qualquer tipo de actividade de campanha. O objectivo é um! O objectivo é pedir aos eleitores para que votem neles. É ou não é esse o único objectivo?
– ÉÉÉ!

Quer dizer, as eleições estão aí às portas. No dia do voto, nós apelamos a vocês eleitores, a vocês cidadãos angolanos, que estão em condições de votar e, portanto, vão votar, que votem em nós. Isso é o que todos os partidos concorrentes fazem. Mas eu vou fazer-vos uma pergunta: alguns de vocês deve ser empreendedor, homem de negócios, tem a sua empresa e precisa de admitir alguém para ocupar um posto. O que é que vocês fazem?

A primeira coisa, quando se apresenta um candidato a ocupar esse posto, a pergunta que o empregador faz é: o que é que você sabe fazer? O que é que você já fez na vida que me dá garantia de que, se eu te der esse posto de trabalho, você vai cumprir no interesse da minha empresa?

Você tem que me dar essa garantia! E se nunca fez nada, pelo menos tem de me dar a garantia de que tem a capacidade de rapidamente aprender e cumprir com as suas obrigações nesse posto de trabalho. Não é assim que o empresário faz?

Então, vocês eleitores, ponham-se no lugar do empresário. As eleições são para governar Angola. Imaginem que Angola é uma grande empresa, Angola é um grande projecto e todos nós queremos o sucesso desse projecto Angola. Queremos ou não queremos?

– QUEREMOS!

Se queremos viver bem, temos de querer o sucesso do projecto Angola. Então, quando um partido político vos bater a porta e vos pedir o voto, façam essa pergunta: o que é que você já fez que me dá a garantia de que você vai levar a bom porto o projecto Angola?

Dos oito partidos que estão a concorrer, para além do MPLA, eu não sei se existe mais algum que está em condições de vos responder. Eu tenho muitas dúvidas.

Mas, nós MPLA, estamos preparados a todo o momento para responder. Para dizer: votem em nós, votem no 8, votem no MPLA! Nós damos-vos garantia de governar bem Angola, damos-vos a garantia de fazer com que o projecto Angola seja um sucesso. Mas vamos explicar por quê. Não é só falar por falar…Nós vamos, com todo o respeito, explicar ao potencial votante, ao eleitor, por que nós damos essas garantias.
Nós vamos dizer o que é que já fizemos e o que é que nos propomos fazer depois do dia 24 de Agosto. E o que é que o MPLA já fez, ao longo dos tempos, em prol do povo angolano?

Houve três partidos de libertação, embora alguns, em vez de disparar contra o inimigo, às vezes colaboravam com o inimigo. Mas isso pertence ao passado.

Há três partidos de libertação. Desses três partidos de libertação, em 1975, quem é que proclamou a Independência ali no Largo 1º de Maio? É o MPLA, não é?

Foi só o MPLA. Só poderia ser um! Foi o Presidente Agostinho Neto. Presidente de quem? Presidente do MPLA, não é? Então a Independência – que é o bem maior que qualquer povo almeja – foi conseguida em benefício dos angolanos, por quem? Pelo MPLA, não é?
– SIM!
Foi ou não foi o MPLA?
– SIM!

Caros camaradas,
Logo depois da Independência, o nosso país foi invadido, não?
-SIM!
Vocês do Cuanza Sul lembram-se bem da histórica batalha do Ebo. Lembram-se ou não se lembram?

-SIM!

Lembram-se da invasão do Exército Sul Africano, ali no sul do nosso País, em que arrasaram, destruíram a cidade de Ondjiva, ficou em escombros. Sabem disso, não é?
Era preciso combater esse inimigo, combater os invasores do nosso País. Quem é que combateu o Regime do Apartheid?
– É O MPLA!

É o Mpla ou não é?
-ÉÉÉ

É evidente que não é o MPLA, Partido, que de armas na mão combateu o Apartheid. Mas é o Governo de Angola, suportado pelo MPLA, as Forças Armadas Nacionais de um governo que tinha maioria parlamentar do MPLA, que teve a coragem de quebrar com o mito da invencibilidade do exército do Regime do Apartheid.

Agora perguntem-me: dentre os sete candidatos às eleições neste ano, nesse momento da luta contra os inimigos de Angola, de que lado é que eles estavam? Em vez de estarem do lado dos angolanos, a combaterem os invasores estrangeiros, de que lado eles estavam? Eles estavam do lado do inimigo do povo angolano. Isso chama-se traição. Traíram a causa do povo angolano. É ou não é?

-ÉÉÉ!

Mas o MPLA não se limitou a combater o Regime do Apartheid, aqui no nosso território, no Cunene, no Cuito Cuanavale, e em outras localidades. Nós contribuímos, de forma decisiva, para a derrota do Regime do Apartheid, o que conduziu à libertação dos povos irmãos da Namíbia, da África do Sul e do Zimbabwe.

Agostinho Neto dizia: a continuação da nossa luta está na Namíbia, na África do Sul e no Zimbabwe. E nós respeitámos o que o Agostinho Neto disse. Respeitámos ou não?
– RESPEITÁMOS!

Namíbia está independente, o Zimbabwe está independente, a África do Sul está livre e com um regime democrático. Portanto, quando vos forem bater à porta, a pedir o vosso voto, vocês façam só uma pergunta: naquele momento difícil, em que a população e o Governo da Província do Cunene tiveram de se refugiar para a província vizinha da Huíla, onde é que você estava? De que lado é que você estava? É só fazer essa pergunta!

Quando fizerem essa pergunta, ele vai virar as costas e ir-se embora. Vai pôr-vos “xoxu”, mas que ponha quantos “xoxus” quiser.

Caros camaradas,
Depois das eleições de 1992, ou seja, as primeiras eleições multipartidárias que tiveram lugar em Angola, era suposto o nosso País viver em paz e desenvolver-se, do ponto de vista económico, do ponto de vista social.

Lamentavelmente, um dos concorrentes destas eleições do dia 24 entendeu contrariar a vontade do povo, pegou em armas, não é? É um dos concorrentes, não se esqueçam! Pegou em armas e colocou o país numa situação de guerra que durou bastantes anos, que só terminou a 4 de Abril de 2002.

O país foi destruído, perderam-se vidas humanas e era preciso acabar com a guerra, era preciso trazer a paz e reconciliar os angolanos.
Agora perguntem! Que partido é que mais uma vez salvou os angolanos? Ou seja, quem é que lutou e conseguiu trazer a paz e promover a reconciliação entre os angolanos?
– É O MPLA!

É o MPLA, é o presidente do MPLA, na altura, o Camarada Presidente José Eduardo dos Santos. É ou não é?
– ÉÉÉ!

Foi o Camarada Presidente José Eduardo dos Santos, Presidente do MPLA, na altura, que trouxe a paz e a reconciliação. Portanto, é mais um grande feito do povo angolano, liderado pelo MPLA.

E nessa altura, em Abril de 2002, os nossos adversários estavam muito debilitados, até do ponto de vista físico.

O Presidente José Eduardo dos Santos foi magnânimo! Alguns deles estavam numa situação, que bastava empurrar assim com dois dedos, caíam. O Presidente José Eduardo dos Santos salvou-lhes as vidas, alguns deles – das chefias desse partido – foram levados para o Hospital Militar e aí os médicos salvarem-lhes as vidas.
Mas, onde é que eu quero chegar? O que eu quero dizer é que Aquele que os salvou, lamentavelmente, perdeu a vida há dias. Estou a referir-me ao Presidente José Eduardo dos Santos. Os angolanos, de uma forma geral – dos partidos políticos, da sociedade civil, até estrangeiros, os diplomatas -, foram, durante sete dias, de forma ordeira, prestar homenagem ao Presidente José Eduardo dos Santos, na Praça da República, em Luanda, e em todas as províncias, de uma forma geral.

Vocês viram lá algum desses, que foi salvo por José Eduardo dos Santos, a ir prestar homenagem a quem lhes salvou? Eu não vi ninguém! Então, que tipo de gente é essa? Que tipo de gente é essa?
-INGRATA

Não foram prestar homenagem ao salvador deles. Não apareceram. Foram sete dias! Se fosse um dia, podiam dizer: “Bom, estávamos ocupados, e tal. Estávamos a contar que continuasse amanhã, mas afinal só foi um dia”. Tinham desculpa.
Foram sete dias! Em nenhum deles vimos lá os dirigentes do partido que foram salvos por José Eduardo dos Santos. Portanto, não é preciso dizer mais nada. Só por isso é que a gente está a ver que tipo de pessoas são! Que tipo de partido político é! Quem é que vai votar neles?
– NINGUÉM!

Ninguém, ninguém! Mas a mesma guerra que durou anos, destruiu o país, as infra-estruturas, era preciso reconstruir. Quem é que também reconstruiu o país? Pelo menos começou a reconstruir o país, uma vez que isto é um processo contínuo, não está terminado! Foi, mais uma vez, o MPLA que conseguiu financiamentos avultados, porque o país estava muito destruído, para reconstruir o essencial para que a economia funcionasse, para que os cidadãos angolanos vivessem melhor.

Aquilo que destruíram, nós construímos. Aquilo que os outros destruíram, o MPLA, ou seja, o Governo do MPLA construiu e ainda continua a construir. É ou não é?

– ÉÉÉ!

Mas sabem a melhor, o cúmulo do descaramento, sabem qual é? Escreveram para o Presidente da República a pedir a devolução do património deles. Quem é que vai entregar ao povo angolano o património por eles destruído? Entenderam bem a gravidade do pedido?

Eu vou repetir. Escreveram ao Presidente da República a dizer: “devolvam-nos o nosso património”.
Então, vocês estão no direito de lhes pedir que eles devolvam o património nacional, é ou não é?
– ÉÉÉ!
Que não é pouco! Então, vamos fazer um “deal”, como dizem os de expressão inglesa. Vamos fazer um acordo. A gente devolve o património deles – que deve ser pouca coisinha, não vale nenhum – com a condição de eles devolverem todo o património nacional, de Cabinda ao Cunene, por eles destruído.

Caros camaradas,
O nosso país, lamentavelmente, viveu, durante um período, um fenómeno que em nada nos orgulha. Estou a referir-me ao fenómeno da corrupção. Todos os países têm corrupção. O mais grave não é propriamente a corrupção em si, o mais grave é a impunidade. Porque a corrupção é um crime. Crimes de todo o tipo existem! O perigoso para um país é a impunidade. O perigoso é as autoridades deixarem os criminosos impunes, sem os castigar convenientemente, para desencorajar que outros cometam os mesmos crimes. Então, era preciso que alguém melhorasse o que está bem e corrigisse o que está mal.

E a corrupção enquadra-se naquilo que está mal e que, portanto, precisa de ser corrigido. E, mais uma vez, lá foram à busca do MPLA: “epá MPLA, você é o único que pode resolver este problema”. O MPLA, incansavelmente, já trouxe a Independência, já trouxe a paz e a reconciliação, mas nunca está cansado! Mais uma vez, o MPLA aceitou o desafio. E estamos a combater a corrupção! Algum daqueles candidatos teria coragem de fazer o que nós estamos a fazer? Combater a corrupção, sem olhar a pessoas, aos títulos que as pessoas têm, às origens que as pessoas têm. Esta coragem, vocês estão mesmo a ver, daqueles, excluindo o MPLA, dos sete que estão lá nos boletins de voto? Se nem sequer foram homenagear o salvador deles, vão combater a corrupção? Eu tenho muitas dúvidas!

Mais uma vez, foi o incansável MPLA a resolver este problema. Ou seja, a começar a resolver este problema, porque isto, tanto como outras coisas, é um processo em que não se pode dizer “já fiz, estou satisfeito, vou descansar”. É um processo.
Mas é ainda o MPLA que, reconhecendo que o bem-estar do cidadão angolano, depende muito do estado da economia, teve a coragem de introduzir importantes reformas económicas no nosso país. Reformas essas que criaram um melhor ambiente de negócios, um ambiente de negócios amigo do investimento, um ambiente de negócios que atrai o investimento, quer estrangeiro, quer interno, quer nacional. Um ambiente de negócios que cria emprego, que reduz as importações, que promove as exportações. Quem fez isso e que está a merecer elogios dos mercados internacionais, das organizações económicas internacionais, como o Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional – que todo o mundo dizia serem maus, mas nos ajudaram a resolver o problema na nossa economia, estão a nos ajudar… Quem é que teve esta coragem?
– O MPLA!

Só podia ser o MPLA e mais ninguém. Só podia ser o MPLA!
Os camaradas sabem que o nosso país tinha, e ainda tem, de alguma forma, muitos activos públicos geridos pelo Governo. E nós entendemos que isso não estava bem. E chegámos a esta conclusão não por capricho, acordámos bem disposto e dissemos: “bom esses activos já não vão ser geridos pelo Governo”. Não! Nós fomos atrás dos factos, analisámos o rendimento desses activos, com gestão pública; o rendimento era baixo, nalguns casos baixíssimo, noutros casos nulo, e mesmo assim o Estado tinha de pagar salários, tinha lá os trabalhadores e as empresas não funcionavam. Não funcionavam! É uma empresa que tem um determinado papel, não cumpria com este papel e constituía um peso enorme para os cofres do Estado.

Nós tivemos a coragem de privatizar muitas dessas unidades. E o resultado dessa privatização é que as empresas, que antes não produziam ou produziam pouco, hoje, com a gestão privada, estão a produzir.

Se é uma empresa que tem a missão de produzir bolachas, está a fazer bolachas. Se tem a missão de produzir tecido, está a produzir tecidos. Se tem qualquer outra missão, está a cumprir com o seu papel, está a formar os nossos jovens, está a dar emprego.

Então, esta decisão de privatização, que durante muito tempo era desencorajada – dizia-se: “bom, privatizar, isso vai cair tudo na mão do estrangeiro. Os angolanos vão ficar pobres”. Não! Os angolanos eram pobres porque as empresas geridas pelo Estado não produziam o suficiente para lhes pagar um bom salário. A única origem da pobreza era essa! É que as empresas, tendo baixo rendimento, não tinham salário, não tinham receitas suficientes para pagar bons salários.

Nós acabámos de anunciar o resultado do concurso para o Corredor do Lobito, o tão falado Corredor do Lobito, que compreende o Porto do Lobito e o Caminho-de-Ferro de Benguela, e liga-nos aos países vizinhos. Nós conhecemos qual a eficiência do Caminho-de-Ferro de Benguela, nos dias de hoje, em que tem gestão pública. E eu vou lhes dar um tempo – mais um ano, mais dois anos -, vamos encontrar-nos e eu vou perguntar como é que está a funcionar hoje o Caminho-de-Ferro de Benguela?

Eu tenho a certeza que a resposta será: “está a funcionar melhor”. Porque vai ter gestão privada. Vamos transportar mais passageiros em melhores condições, vamos transportar mais carga, uma vez que os caminhos de ferro ganham dinheiro sobretudo a transportar cargas, a transportar os mineiros dos países vizinhos, da Zâmbia, da RDC.

Daqui a uns anos, e não muitos, tenho a certeza que o Estado, sem estar a gerir, sem estar com despesas para pagar salários e outros tipos de despesas, vai ter muitas receitas fiscais que o concessionário vai ter de pagar ao Estado.

O Estado vai ganhar, como se costuma dizer na gíria, vai ganhar sem trabalhar, sem ter a chatice de gerir um activo tão grande e tão complexo quanto aquele que é o Caminho-de-Ferro de Benguela. Isso para citar-vos um exemplo, mas haverá, com certeza, outros exemplos que provam, com factos, que foi sábia a decisão de termos avançado para a privatização de alguns activos do Estado.

Caros camaradas,
Embora, muito de leve, tenha feito alusão ao que vou dizer a seguir, é importante dizer-se que só o MPLA deu o passo certo em direcção à igualdade do género. Mais nenhum outro partido deu esse importante passo de justiça em relação à igualdade do género. Muitos falam, muitos podem falar, todos eles tiveram congressos, algum deles alcançou a paridade nos órgãos de direção desses partidos?
Mais algum?
– NÃO!

Só o MPLA, só o MPLA, e não apenas internamente no seio do seu próprio partido, mas na sociedade. Nós estamos a fazer um esforço grande para que essa igualdade de género chegue a todos os cantos do país, a todas as instituições, no Executivo, e em todas as outras instituições.

No Parlamento, se observarem a nossa lista de candidatos a deputados para este mandato que se aproxima, nós procuramos alcançar essa paridade de género, para aqueles que vão ocupar o lugar de deputados pelo MPLA na Assembleia Nacional.
Nós temos, em lugares chaves do nosso Executivo, senhoras. E não é de hoje. Hoje, estamos procurando aprimorar, fazendo um pouco mais, um pouco melhor. Mas o MPLA não nasceu hoje. Desde muito cedo que teve essa preocupação. Já tivemos no sector dos petróleos mulheres fortes, à frente do sector dos petróleos, da indústria. Hoje mesmo, temos uma senhora à frente das Finanças. Bom, senhora que, para além de senhora, também é jovem. A pasta das Finanças não se entrega a qualquer um, é ou não é?
– ÉÉÉ!

Porque senão ficamos sem dinheiro. Não se entrega a qualquer um! Então, se entregámos a pasta das Finanças a uma jovem mulher, é porque confiamos nos jovens e, ao mesmo tempo, na mulher.

Caros camaradas,
Eu citei apenas algumas das mais importantes conquistas do povo angolano – Independência, Paz, derrota do Apartheid, reconstrução nacional, combate à corrupção, reforma económica, etc., etc,… para dizer que todas essas conquistas, que são conquistas de Angola, são conquistas do povo angolano, tiveram sempre à cabeça o nosso glorioso MPLA. Então, não se esqueçam na hora do voto, no dia 24 de Agosto. O voto só pode ser no 8, só pode ser no MPLA!

É o único que tem um currículo invejável! Quando os outros forem bater à porta, vocês digam: “apresente-me o seu currículo”. É só pedir isso, não pensem mais. “Apresente-me o seu currículo”. E está tudo dito.

A comparação entre os oito currículos é fácil. Quem é que está preparado para governar Angola, nos próximos cinco anos? É o MPLA. É o número 8!

Caros camaradas,
Vamos votar no 8, vamos votar no MPLA! Mas para termos a garantia de que a esmagadora maioria dos cidadãos angolanos vai votar no 8, vai votar no MPLA… Nós do MPLA não nos podemos sentir satisfeitos apenas com o facto de termos esta praça cheia, ou outras praças de outras províncias, municípios, cidades e vilas, cheias. Não basta! Precisamos de trabalhar. E trabalhar não é só acordar à madrugada para vir ao comício. Comício não acontece todos os dias. Temos de trabalhar todos os dias. E qual é o trabalho que temos de fazer todos os dias?

É ir bater à porta dos eleitores. Mas não vamos bater à porta daquele que a gente já sabe que é nosso, que é do MPLA. Não! A esse você já não precisa mais bater à porta. Vai bater à porta do cidadão, no geral, vai bater à porta dos nossos adversários, para lhes convencer a fazer um voto racional. E o voto racional é votar no MPLA. É votar no 8!

E não caiamos no erro de dizer: “bom, quem tem que fazer esse trabalho são os camaradas do Comité Provincial, do Comité Municipal, eles é que ganham para isso… os activistas. Não! Activistas somos todos nós.
Cada um dos camaradas, que está aqui à minha frente, é um activista do MPLA. E não precisa de esperar que o coordenador da organização de base, o Primeiro Secretário do Comité do Partido, do município ou da província, lhe chame para lhe dar a missão. Não! A missão está dada. A missão é cada um de nós. Todos nós somos activistas e, como tal, temos de andar na rua, porque não há comício todos os dias. Todos os outros dias devem ser preenchidos com esse trabalho de campo de mobilização. E, no fim, no dia da reflexão, o dia anterior à votação – portanto o dia 23, que é o dia anterior à votação, que é chamado dia da reflexão, em que já não podemos fazer esse trabalho de porta a porta -, ficamos em casa a reflectir. Nesse dia, cada um tem de pôr a mão na consciência e dizer: “eu recebi a missão de mobilizar eleitores a favor do MPLA.
Quantos é que eu consegui mobilizar?”
Cada um que se pergunte a si próprio. No silêncio da sua meditação, no dia 23, que cada um se pergunte: “Consegui? Não consegui? Falhei? Não consegui mobilizar nenhum, que é muito mau. Mobilizei três, mobilizei cinco, mobilizei dez?”

Nós não nos vamos contentar com menos de cinco. Ou seja, cada um deve mobilizar pelo menos cinco cidadãos que não são do MPLA.
Os brincalhões vão dizer: “não, eu mobilizei o meu colega do CAP”. Isso é sério?
– NÃO!

Vamos tomar esse camarada como sério?
“Mobilizei o meu colega do CAP”. Ele não precisa ser mobilizado, ele já está mobilizado. Então, cada um de nós deve mobilizar pelo menos cinco cidadãos angolanos que não sejam do MPLA.

Não quer dizer que sejam anti-MPLA mas que, comprovadamente, não são do MPLA, são cidadãos. A gente não quer saber de que partido é. É cidadão angolano, não é militante do MPLA, nós temos de trabalhar para garantir que esses cinco votem no 8, que votem no MPLA, que votem no último da lista constante do boletim de voto.

Caros camaradas do Sumbe, camaradas do Cuanza Sul, eu fico por aqui. Tenho fé que a missão será cumprida. Mobilizar pelo menos cinco.
Eu não sei cantar. O Matias Damásio não me ensinou, mas inventem aí uma música que diga: “Pelo menos 5, mobilizar pelo menos cinco”.
Pelo menos cinco, na mobilização, para ficar já como uma música, aí a incomodar-nos a mente todos os dias. “Epa, só mobilizei um, ainda faltam quatro”.

– É MELHOR 8!

Oito, não é? Ah! oito! Pelo menos 8, sim senhora!
Uma correção bem feita! Quem falou em cinco já não está aqui.
Pelo menos oito!
Pelo menos oito!
Pelo menos oito!
Pelo menos oito!
– 8,8,8,8,8,8,8,…
Portanto, os nossos militantes, que são músicos, já têm uma tarefa. Criar a música: “pelo menos 8”.
Com isso, caros camaradas, dia 24 de Agosto, já sabemos, vamos trazer oito cidadãos, para votar no 8. Trazer oito para votar no 8. Podem ter a certeza que, se cada um de nós fizer a sua parte, que a vitória é certa no dia 24 de Agosto.

Muito obrigado, povo do Cuanza Sul!
Obrigado!

Data de Emissão: 27-07-2022 às 10:00
Género(s): Discurso
 
PARTICIPANTES
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