O realizador Nguxi dos Santos foi um dos convidados de João Pinto no NOVA MANHA nesta Sexta-Feira, onde falou sobre a identidade cultural africana, um tema que surge na sequência da proibição da frequência de alunos nas escolas da capital angolana.
O realizador Nguxi dos Santos, disse, esta sexta-feira, em Luanda que ninguém deve ser discriminado por uso de cabelo crespo ou natural.
O profissional falava esta manhã, no espaço “Nova Manhã” da “Rádio Nova” sobre a identidade cultural africana, um tema que surge na sequência da proibição da frequência de alunos nas escolas da capital angolana.
Nguxi revelou que esta negação de valores culturais não é nova, onde lembrou já ter sido vítima de descriminação por uso dred locks.
“Certa vez, mesmo a trabalhar para uma estação televisiva, foi impedido de entrar num bar na província do Huambo devido as minhas tranças. Durante os dias que estive lá não foi permitido aceder ao recinto”.
De informar que nos últimos dias, dois casos de discriminação por uso de cabelo crespo estão a gerar uma onda de contestação em Angola e já há uma manifestação agendada. Alunos foram proibidos de entrar na sala de aulas por causa do cabelo natural.
Estas não são as primeiras vítimas. E também não é a primeira vez que se contesta e debate o corte obrigatório de cabelo nas escolas angolanas.
Em 2019, António Pedro Longue, por exemplo, foi retirado da turma no Instituto Médio Industrial de Luanda (IMIL), vulgo Makarenko por ter cabelo crespo.
“Não pode ser um ato obrigatório o corte de cabelo tem que ser por livre e espontânea vontade. Quero cortar o cabelo, corto”, sublinha.
O tema voltou a baila porque uma mãe denunciou a proibição da entrada do seu filho num dos colégios de Luanda pela mesma razão. Também uma estudante do ensino médio foi retirada da turma por não pentear o cabelo.
São muitas as denúncias que Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA) recebe, revela Daniel Moço, secretário nacional para a cultura desta organização estudantil.